Uma alternativa verde e amarela, além de sustentável.
Talvez você não saiba, mas, em 11 de janeiro, precisamente amanhã, é celebrado o Controle de Poluição por Agrotóxicos. Normalmente, notícias não muito animadoras são boa parte do que a gente lê e ouve sobre esse tema.
Mas o artigo de hoje, que é sobre isso, vai na direção oposta – bem aposta, diga-se de passagem! É que um biofertilizante desenvolvido por um professor brasileiro usa nanotecnologia na agricultura e pode aumentar em até 40% a produtividade no campo em plantações como milho, soja e cana-de-açúcar.
O uso da nanotecnologia para criar “biofertilizantes do futuro” – sustentáveis, de baixo custo e de produção 100% nacional – rendeu ao professor Brenno Amaro, da Universidade de Brasília (UnB), o maior prêmio de inovação da Sociedade Brasileira de Química (SBQ). O docente atua em pesquisas de apelo social e econômico com bioestimulantes e biofertilizantes.
A “arbolina”, como a tecnologia é chamada, é um biofertilizante para ser usado nas lavouras: “O biofertilizante é composto por carbono orgânico, nitrogênio, oxigênio e hidrogênio. É basicamente o que a planta precisa. Ele é ‘bio’ porque é atóxico, feito de material produzido na natureza. E é sustentável, portanto, não gera resíduos sólidos e nem líquidos na produção”, conta o professor Brenno, que tem 43 anos é formado em química, pós-doutor em biotecnologia molecular e celular.
Por ser mais natural, o biofertilizante premiado pela SBQ não agride o meio-ambiente, já que é biodegradável, sendo eliminado em 15 dias pela planta, enquanto os fertilizantes comuns costumam ser produzidos com materiais à base de polímeros e nanopartículas metálicas, como o ouro e a prata, que podem ser tóxicos para alguns seres vivos.
O professor é um dos fundadores da Krilltech, startup especializada em nanotecnologia do ramo do agronegócio (AgTech) que aposta na arbolina como biofertilizante do futuro. O produto é puro, atóxico, não bioacumulável e luminescente, capaz de aumentar a produção e enriquecer a qualidade nutricional do alimento.
“O produto é o único no mundo com nanotecnologia associada. Os preços são competitivos com os de fertilizantes comuns, com a vantagem que o biofertilizante [arbolina] é feito com matéria-prima 100% nacional. Então, não ficamos reféns do mercado internacional para produção dele”, diz o pesquisador.
Para o professor premiado, a criação da empresa representa uma mudança de paradigma muito grande, porque vem mudando a forma como se faz tecnologia dentro da universidade. O lucro obtido com a venda do biofertilizante é revertido para a UnB e para a Embrapa. “A empresa tem políticas diferenciadas, de estímulo a pequenos produtores. O excedente da produção é doado e, assim, alimentamos cerca de 30 famílias no DF”, conta Brenno.
Fontes: Metrópoles | Academia Brasileira De Ciências