Uma nova iniciativa financiada pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) promete revitalizar vastas áreas alagáveis na Amazônia, num esforço para preservar e proteger um dos ecossistemas mais vitais do planeta.
Com um investimento de impressionantes US$5,6 milhões (cerca de R$ 27 milhões), o projeto visa restaurar aproximadamente 26 mil hectares de várzeas ao longo de 60 meses.
O objetivo central do projeto, intitulado “Restauração de Áreas Alagáveis e outros importantes Ecossistemas Amazônicos – Capacitação, inovação, desenvolvimento e transferência tecnológica para restauração ecológica e mitigação da mudança do clima”, é combater os efeitos das mudanças climáticas e promover a recuperação ecológica na região amazônica.
Coordenado pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá e apoiado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o projeto será executado em colaboração com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
Além de contribuir para a redução das emissões de CO2 em 10 milhões de toneladas, o projeto também promete trazer benefícios diretos para cerca de 1,6 mil pessoas pertencentes a comunidades locais tradicionais e indígenas.
Emiliano Ramalho, diretor técnico-científico do Mamirauá, destaca a importância do projeto para aumentar o conhecimento sobre a restauração em áreas alagáveis e capacitar as comunidades locais para iniciativas de restauração e empreendimentos relacionados à cadeia produtiva da restauração.
As áreas alagáveis representam uma parcela significativa da Bacia Amazônica, desempenhando um papel crucial na prestação de serviços ambientais e na preservação da biodiversidade.
Estima-se que aproximadamente metade das espécies de peixes amazônicos habite essas áreas, tornando-as essenciais para a subsistência e a economia local.
No entanto, a degradação contínua desses ecossistemas ameaça a sobrevivência de espécies aquáticas e compromete serviços vitais, como a purificação da água e a regulação climática.
Portanto, o projeto busca preencher essa lacuna de conhecimento e desenvolver tecnologias e técnicas eficazes para a restauração dessas áreas cruciais.
Com a duração de cinco anos, o projeto pretende desenvolver um plano estratégico abrangente para a restauração dos ecossistemas de zonas úmidas na Amazônia, fortalecendo as capacidades técnicas e institucionais para iniciativas de restauração ecológica e promovendo a geração de conhecimento para melhorar as práticas de restauração.
Este projeto representa um marco significativo na conservação da biodiversidade e na luta contra as mudanças climáticas na região amazônica. Ao fortalecer as comunidades locais e restaurar ecossistemas fundamentais, espera-se que ele contribua para um futuro mais sustentável para a região e para o planeta como um todo.
Com informações de ONU Brasil.