O dia está quente e delicioso, você está na companhia dos amigos, perto do mar e aproveitando momentos de puro relaxamento. Para completar, a escolha mais saudável é tomar uma água de coco bem gelada, certo? Sim, trata-se de uma bebida altamente benéfica, com diversas propriedades e mais do que indicada para a hidratação em dias de sol. Mas você já parou para pensar qual é o impacto ambiental causado pelos cocos verdes no meio ambiente após o seu descarte?
Para começar, vale lembrarmos que a casca do coco verde leva, em média, dez anos para se decompor naturalmente no ambiente. Neste período, além de ocupar espaço em lixões, ainda pode servir de abrigo e alimento para pragas.
O acúmulo do coco é um grande desafio, principalmente no litoral do país: 60% de todo o lixo coletado nas praias fluminenses, por exemplo, consistem em casca de coco verde, segundo dados da Comlurb (Companhia Municipal de Limpeza Urbana). Isso significa uma média de 40 toneladas por semana (só nos dias úteis), podendo chegar a mais de 100 toneladas apenas aos domingos. O cenário alarmante se repete em praticamente todo o litoral brasileiro.
Com uma matéria-prima tão abundante, diversas iniciativas têm surgido para desenvolver formas de reciclar o coco verde, buscando ajudar o meio ambiente e ainda gerar renda para comunidades. Um exemplo é a Prefeitura do Rio de Janeiro que, em julho de 2011, iniciou uma parceria com uma empresa local e começou a realizar a prensagem e a retirada das fibras do coco verde.
O material passou a ser usado em produtos para paisagismo, jardinagem, decoração e como vasos que substituem o xaxim, planta nativa da Mata Atlântica e em risco de extinção. A fibra de coco verde pode ter ainda outros usos, como isolante térmico e acústico e na fabricação de forros de carros, estofamentos e cordas.
Em outro exemplo de reciclagem, desta vez em Fortaleza (CE), a Cooperativa de Beneficiamento da Casca do Coco Verde (CoobCoco), além da fibra, também produz um pó de coco que é aproveitado em substratos agrícolas. O processo foi desenvolvido por pesquisadores da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).
Assim como no Rio de Janeiro e no Ceará, existem dezenas de outras ações e empresas realizando o beneficiamento e a reciclagem do coco verde. Pesquisadores estão desenvolvendo maquinários e projetos que auxiliem no desenvolvimento desta atividade, ainda bastante nova no país. Se você tem interesse em entrar para este ramo, a dica é entrar em contato com o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), que já está próximo a empreendimentos deste tipo em diferentes regiões.