Que a reciclagem é uma ação vantajosa para o meio ambiente não restam dúvidas. Mas nunca é demais acessar algumas informações que demonstram, em números, a proporção e as transformações trazidas por ela.
Começando pela reciclagem de papel, uma tonelada de aparas (papel cortado para reciclagem) pode substituir de dois a quatro metros cúbicos de madeira. Dependendo do tipo de papel, isso significa que serão poupadas entre 15 e 30 árvores. E, mesmo que a madeira em questão venha de uma área especialmente plantada, como acontece com a maioria das grandes fábricas de papel e celulose, a utilização de energia e água na reciclagem apresentam vantagens imensas.
Enquanto uma fábrica de papel normal gasta em média 100 mil litros de água para produzir uma tonelada, uma fábrica de papel reciclado gastará apenas 2 mil litros para atingir a mesma produção. Em termos de gasto energético a diferença continua gritante. Uma fábrica de papel reciclado gasta cerca de 80% menos energia do que uma fábrica de papel convencional.
Quando falamos de alumínio – bastante comum em embalagens de bebidas e outros produtos alimentícios – a reciclagem continua apresentando informações bastante interessantes. As latinhas de alumínio pesam aproximadamente 13,5 gramas (23% está apenas nas tampas) e, embora utilizem quase metade do alumínio utilizado para estas mesmas embalagens na década de 70, ainda geram uma enorme quantidade de resíduos. Para nossa sorte, estima-se que o Brasil recicle mais de 90% de suas latas de alumínio, atualmente.
Para cada tonelada de alumínio reciclado, além da quebra do ciclo de geração de resíduos, é poupada meia tonelada de bauxita, diminuindo a necessidade de exploração do minério, ação que provoca grande impacto ambiental. Outro fator fascinante é que a reciclagem gasta 95% a menos de energia do que a produção de uma nova latinha.
O plástico é outro material de imensa importância no cenário. De sacolas de supermercados a utensílios cotidianos, peças de automóveis, embalagens de produtos variados e garrafas PET, cerca de 20% do nosso lixo doméstico é composto por plásticos. A associação Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre) incentiva a reciclagem entre as empresas. Aproximadamente 19% do plástico brasileiro vai para a reciclagem, dado que coloca o país em nono lugar no ranking mundial de reciclagem. A Alemanha, país que mais recicla, atinge o total de 34%.
Vale lembrar que com a reciclagem, além da redução dos resíduos que podem levar séculos para se decompor na natureza, reduz-se a utilização de matérias-primas não renováveis, como o petróleo, e também de energia e água na fabricação de novos materiais plásticos.
O Brasil perde cerca de R$ 8 bilhões por ano por deixar de reciclar os resíduos que poderiam ter outro fim, mas que são encaminhados aos aterros e lixões das cidades. Se considerarmos apenas a fração seca (plástico, vidro, metais, papel e borracha), o índice de reciclagem subiu de 17% em 2004 para 25% em 2008. O retorno financeiro é visível e o setor já movimenta R$ 12 bilhões por ano.