Forno de pirólise
Forno de pirólise – Foto: abl-technic

A pirólise é uma reação de decomposição térmica, ou seja, que ocorre por meio da exposição a altas temperaturas. A palavra vem do grego pyrós (fogo) + lýsis (dissolução), e num sentido amplo é caracterizado como a ruptura de uma estrutura molecular original, a decomposição ou a alteração de um composto pela ação do calor em um ambiente com pouco ou nenhum oxigênio.

O uso da pirólise na indústria é amplo, como para produção de carvão vegetal, reprocessamento de pneus para obtenção de óleos e gases combustíveis e na fabricação de fibra de carbono. O processo também é utilizado no tratamento do lixo antes do descarte e para a obtenção de biocombustíveis.

Sob o ponto de vista energético, o processo de pirólise para o lixo é autossustentável, pois a decomposição química causada pelas altas temperaturas na ausência de oxigênio produz mais energia do que consome, e pode ser utilizado com o lixo doméstico selecionado e moído, lixo de processamento de plásticos e lixo industrial.

Para que o processo ocorra é necessário fornecer calor ao reator pirolítico, o principal elemento dos processos químicos. Ele é composto por três zonas específicas por onde passa toda a matéria orgânica: zona de secagem, de pirólise e de resfriamento.

Na primeira etapa – zona de secagem – é fornecido calor externo ao reator e as altas temperaturas alteram as propriedades moleculares da matéria depositada.

Maçaricos de plasma
Maçaricos de plasma
Foto: ciencia.hsw.uol

A segunda etapa é a zona de pirólise, onde ocorrem reações químicas como a fusão, volatilização e oxidação – a passagem de uma substância do estado líquido ou sólido para o estado de gás ou vapor, também chamado de plasma. Desta etapa podem ser retirados alguns subprodutos.

O processo é finalizado na terceira etapa – zona de resfriamento – onde são recolhidas cinzas residuais e também são coletados outros subprodutos, como o bio-óleo.

Estudos indicam que a pirólise é um dos meios mais eficientes e ecologicamente corretos para o tratamento do lixo, pois além da possibilidade da extração de diversos subprodutos como sulfato amônia, alcatrão, álcoois e óleo combustível, os equipamentos impedem a liberação de substâncias nocivas na atmosfera, diminuem a geração de poluentes como o metano e gás carbônico – principais agentes do efeito estufa – e podem representar futuramente uma alternativa aos aterros sanitários e à incineração do lixo.