Caderneta
Foto: istoe

Todo mundo, alguma vez, já ouviu falar na expressão “jogar dinheiro fora”, entretanto, o que poucos imaginam é que as cédulas de real inutilizadas, até o início desta década, eram jogadas no lixo ou incineradas pelo Banco Central (BC). Contudo, a professora da Universidade de Brasília, Thérèse Hoffmann, desenvolveu uma técnica para reciclar as notas, fazendo com que elas retornem ao mercado em forma de itens de papelaria, como blocos de nota, cadernos, etc.

Como a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que determina a desativação dos aterros sanitários até 2014, o Banco Central procura outras formas de lidar com suas sobras, ou seja, oportunidade para botar em prática a técnica de Thérèse Hoffmann, desenvolvido em 1996, mas que esperou quase 12 anos para ter a carta-patente concedida pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi).

O Banco Central, em parceria com o Instituto Reciclar, oferece a chance para que jovens de 16 a 19 anos, devidamente habilitados pela entidade, trabalhem com carteira assinada na reutilização dos papéis vindos da organização financeira. A ONG tem capacidade para processar cerca de 400 kg do material picado, isto é, apenas uma parcela do montante vindo da grande demanda bancária, o que evidencia a necessidade de programas similares. A expectativa é de que sejam geradas 33 folhas de papel novas a cada 5 kg de papel descartado.

Instituto Reciclar
Parceria entre Instituto Reciclar e Banco Central oferece trabalho com carteira assinada a jovens. Foto: projetogenerosidade

Outro destino possível ao dinheiro fora de circulação é o uso na área da agricultura, pois, se misturado a restos de lixo orgânico, podem servir de adubo. A Universidade Federal Rural da Amazônia afirma que os testes na produção de feijão têm sido eficientes, mostrando que, além da reciclagem, as cédulas auxiliam no cultivo de alimento.