Desde 1999 há uma resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente que pede para que as indústrias de pneus brasileiras ofereçam uma destinação ambientalmente correta para os pneus usados. Esta norma foi criada devido aos malefícios que o material pode causar ao meio ambiente já que o pneu demora cerca de 600 anos para se decompor. Além disso, quando queimado, o produto libera uma fumaça com diversos poluentes, como carbono e enxofre. Se este resíduo for descartado em rios dificulta o fluxo da água, sendo assim, é um produto que necessita de um destino correto.
A maioria dos pneus descartados é reformado e retornam posteriormente à indústria que os fabrica. Isso é feito há mais de 60 anos no Brasil, que é o segundo maior país a realizar esta prática, perdendo apenas para os Estados Unidos. O pneu reformado possui um rendimento quilométrico semelhante ao novo, mas com custo 75% menor ao consumidor.
Existe também aquele pneu que não serve mais, ou seja, que não é possível ser reformado, precisando ser aproveitado de outra maneira – é o chamado pneu inservível. O produto pode ser transformado em solados, percintas (usadas na estrutura de móveis estofados), asfalto, tijolos de concreto, matéria-prima para produção de energia em cimenteiras, entre outros.
No processo de reciclagem dos pneus inservíveis, depois de ser feita a coleta deles é retirado o aço presente neste material. Depois eles são triturados e a partir daí encaminhados para empresas que produzem materiais a partir da borracha destes pneus.
Segundo a Reciclanip (entidade sem fins lucrativos que atua na logística de coleta e destinação de pneus inservíveis), em 2012, no Brasil 64% dos pneus inservíveis foram utilizados como combustível em indústrias de cimento. Os 36% restantes foram triturados e aproveitados na fabricação de solados de sapato, borrachas de vedação, pisos de quadras poliesportivas, pisos industriais e tapetes para automóveis.
No Brasil, uma das formas mais difundidas de reaproveitamento do pneu inservível é como combustível para as indústrias de cimento, cuja utilização para esses fins tem sido incentivada por meio de leis estaduais. Se todos os pneus coletados em 2012 fossem transformados em matéria-prima para o asfalto ecológico seria possível pavimentar cerca de 70 mil quilômetros de vias, um número expressivo que traria menos gastos ao país.
Há diversas práticas viáveis para reutilizar os pneus, porém é necessário um maior incentivo de suas práticas. A reciclagem do produto pode ser maior e mais difundida para empresas e até para a população.