Monitores de PC
Foto: fboyd

Para a maioria dos internautas, lixo eletrônico é aquele conjunto de spam que enche a lixeira do e-mail. Porém, agora estamos falando de outro tipo de lixo eletrônico: aquele que já foi o seu computador, sua televisão, o aparelho de som ou a geladeira.

Também chamado de e-lixo, este é um dos piores tipos de resíduos, pois são feitos com uma grande quantidade de metais pesados que, quando descartados em locais inadequados, são altamente tóxicos para o meio ambiente e para os seres vivos.

Um computador descartado incorretamente, por exemplo, pode deixar vazar mercúrio e, caso o ser humano entre em contato com esta sustância, pode causar danos cerebrais e ao fígado. A maior concentração de metal pesado, porém, está nos televisores de tubo, que concentram até 6 Kg de chumbo. Nos seres humanos, essa substância pode provocar náuseas, perda de coordenação e memória.

A sociedade gera, anualmente, uma média de 50 milhões de toneladas desse lixo, que representa cerca de 5% do total de sólidos descartados no mundo todo. No Brasil, o lixo eletrônico representa 40% dos resíduos e poucos são aqueles que vão para o local correto, menos ainda os que são reciclados.

CEDIR
CEDIR – Foto: UOL

Algumas empresas de eletroeletrônicos já estão se comprometendo em produzir materiais mais sustentáveis e que ofereçam menos risco ao meio ambiente. A Apple, por exemplo, embora ainda esteja em uma posição ruim na escala de empresas “verdes”, está investindo na produção de computadores iMac e Macmini que serão feitos nos padrões de baixo consumo de energia e deixariam de lado algumas matérias-primas nocivas à saúde.

O maior centro público de descarte e reuso da América Latina está localizada na Universidade de São Paulo (USP), em um galpão de 450 m², que recebe até 20 toneladas de resíduos por mês. Do lado do galpão, um grupo de catadores aprende a desmontar computadores do jeito certo. O curso atende a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que prevê a inclusão dos catadores de lixo.

Como descartar corretamente o Lixo Eletrônico?

Estima-se que cada habitante brasileiro contribui com meio quilo de e-lixo, uma realidade que precisa mudar o quanto antes. Para ajudar a diminuir o montante de lixo eletrônico que contamina o meio, basta fazer um esforço a mais e mandar os seus eletrodomésticos e eletroeletrônicos antigos para a reciclagem.

Lixo Eletrônico
Foto: luxuryluke

Algumas empresas recebem esses materiais e cuidam de seu reaproveitamento, outra opção é doá-los para pessoas carentes ou deixa-los em locais em que as peças são reutilizadas.

Para celulares, procure sempre as revendedoras de sua operadora para que as baterias possam ser devolvidas às empresas fabricantes, sendo despejadas em locais seguros. Para pilhas, procure os locais de coleta seletiva da sua cidade e não as jogue no lixo comum. Alguns shoppings possuem lixeiras seletivas para esse tipo de objeto.

O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC), oferece uma lista das principais empresas de informática e celulares que recebem os aparelhos fora de uso. Já no site da ONG Lixo Eletrônico, há uma listagem de locais que aceitam doação desses resíduos.

Para doar o computador a programas de inclusão digital, deve-se procurar o Comitê para Democratização da Informática – CDI. Será necessário que o seu PC atenda alguns requisitos básicos para ser reutilizado por crianças e comunidades carentes. Caso ele não possa ser reutilizado, a dica é desmontá-lo e separar os componentes de metal e plástico, uma vez que cada associação ou cooperativa cuida da reciclagem de um tipo específico de material.

Programa “Fábrica Verde” do Rio de Janeiro

Um exemplo de conscientização é o trabalho dos jovens do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro. Com a Fábrica Verde, eles aprendem a transformar o lixo eletrônico em dinheiro. Para cada três computadores doados à fábrica, um é reconstruído e entregue para associações de moradores, ONGs e creches que atuam nas comunidades.

A Fábrica Verde já doou 20 toneladas de material reciclado para reaproveitamento em vários setores e também oferece cursos de empreendedorismo.

Fábrica verde
Foto: Extra Globo

Programa “Lixo que Não é Lixo” em Curitiba

Em Curitiba, o programa “Lixo que não é Lixo”, da prefeitura, se encarrega da coleta de todo tipo de material reciclável, inclusive do e-lixo. Outra opção de descarte dos eletroeletrônicos para os curitibanos é entrar em contato com o Instituto Brasileiro de Ecotecnologia (Biet) que, conveniado com a prefeitura, vai até o local buscar os aparelhos. Em três anos de atuação na cidade, o Biet já recolheu aproximadamente 120 toneladas desses materiais.

SE-PA-RE
Foto: Luiz Costa/SMCS

E você, está esperando o que para entrar em contado com a empresa mais próxima e descartar corretamente o seu lixo eletrônico?