Confira estas três lições de reciclagem vindas de diferentes países do mundo
Em julho de 2017 a China anunciou numa reunião na Organização Mundial do Comércio (OMC) que reduziria as importações de lixo plástico e papel. Recentemente, o país parou de importar esses resíduos, mas até então, a China importava mais da metade do lixo reciclável do mundo, uma política que o país asiático promoveu na década de 1980 para criar as matérias-primas que eram escassas.
Desde 2018 a China não recebe mais de vinte tipos de resíduos, inclusive o plástico, o que significa que os países desenvolvidos terão que encontrar maneiras de gerenciar os seus próprios resíduos. Diante dessa situação, investir e promover a reciclagem parece ser uma das soluções mais viáveis e sustentáveis para lidar com o problema dos grandes volumes de resíduos.
Suécia: modelo para o mundo
Nesta corrida para encontrar uma solução para os recicláveis, a Europa está na frente. Além de desestimular o consumo de descartáveis, os países da União Europeia estabeleceram o objetivo de reciclar 50% do lixo doméstico em 2020 e 65% em 2030.
Hoje a Suécia é um dos países europeus com a maior cultura de proteção ambiental e, consequentemente, possui uma das taxas de reciclagem mais bem-sucedidas.
O sucesso do sistema sueco de gerenciamento de resíduos se deve ao estímulo da conscientização dos cidadãos para dar o primeiro passo: a separação. Os suecos separam os seus resíduos em sacos de cores diferentes, respeitando o tipo de resíduo, e as usinas de reciclagem fazem a seleção do que é reciclável e do que é rejeito.
O lixo que não pode ser reciclado é queimado e convertido em energia, para fornecer eletricidade a 250 mil residências no país. Os elementos recicláveis são utilizados como matéria-prima para a fabricação de novos materiais.
Esta experiência na Suécia foi tão bem-sucedida que o lixo gerado no país não é suficiente para abastecer os processos. Por isso, a Suécia precisa importar lixo de países vizinhos, como a Alemanha e o Reino Unido, para manter as plantas de reaproveitamento de resíduos em operação e, com isso, gerar energia de uma maneira mais sustentável do que o uso de combustíveis fósseis.
Japão: meta de desperdício zero
Assim como a Suécia, o Japão é um dos países que mais leva a sério a reciclagem. Além do compromisso ambiental, o país precisa gerenciar de forma eficiente os milhões de resíduos gerados pelo seu povo, por conta da falta de espaço para o armazenamento.
Por conta disso, os cidadãos japoneses gerenciam rigorosamente os seus próprios resíduos através de um sistema de classificação e horários de coleta que eles cumprem na perfeição.
Um dos exemplos de modelo de sucesso japonês está na cidade de Kamikatsu, uma pequena província localizada nas montanhas, e que não possui facilidade de acesso ao sistema de gerenciamento disponível das grandes cidades. Lá as famílias separam o lixo em cerca de 35 categorias, que posteriormente são transferidas para os centros de reciclagem. Este ano a cidade pretende reciclar 100% de seus resíduos. Atualmente 90% é reciclado.
Canadá: pneus e bitucas no lugar certo
O país da América do Norte não possui uma alta taxa de reciclagem, mas conta com uma cultura de economia circular profundamente enraizada, que leva os canadenses a vender ou doar produtos em desuso, ao invés de descartá-los. Eles também são especialistas em reciclagem de pneus, pois usam o material para misturar com o asfalto – usado na construção de estradas ou de pisos para playgrounds.
Além disso, o Canadá também dispõe de muitos locais para o descarte de bitucas de cigarro, por este ser um dos resíduos mais poluentes do mundo.
Das bitucas coletadas, tudo é reaproveitado: o tabaco que resta no cigarro é usado para a compostagem e o restante é incorporado na produção de plásticos para bancos de parque, além de paletes.