Grande problema dos aterros sanitários, os pneus demoram anos para se decompor. Estima-se que pode chegar a até 600 anos. Além do potencial para a reprodução de doenças, o material também pode afetar o lençol freático, levando a problemas com os rios mais próximos e consequentemente com os animais, e trazer riscos de incêndio.
Para combater esse problema, que cresce cada vez mais com o aumento do número de carros nas ruas, algumas empresas estão tomando medidas que visam a reciclagem de pneus. A alternativa mais famosa é conhecida por remold, processo que transforma os velhos em novos e faz um reaproveitamento da carcaça.
De uns tempos para cá, no entanto, uma nova modalidade de reutilização surgiu no mercado e transforma a borracha em piso. Normalmente utilizados em playgrounds e em ambientes direcionados às crianças, o modelo vem ganhando espaço e já é visto como uma alternativa para cimento, pedra e madeira.
Algumas academias, estúdio de som, canis e hospitais já estão experimentando o novo tipo de piso. Isso porque, são locais de grande circulação de pessoas e as placas de borracha são bastante resistentes e duráveis. Além disso, algumas cidades contam com o material na calçada e nas ruas principais, onde o comércio prevalece, para facilitar a vida do pedestre.
Os benefícios, no entanto, vão além da resistência. Fáceis de manusear, instalar e limpar, os pisos de pneu não quebram ou soltam lascas. O material também não desenvolve fungos e nem danifica o meio ambiente, já que é feito 100% de borracha e é considerado drenante – o que permite a passagem da água, colaborando com a permeabilização do solo.
A alternativa ecologicamente correta ainda conta com um aspecto decorativo que agrada, já que está disponível em várias cores e formatos. O tamanho e a espessura variam de acordo com a finalidade. No caso de calçadas, citado acima, por exemplo, a espessura deve ser mais larga.
Entenda o processo
Para um pneu se tornar piso é preciso separá-lo dos demais resíduos. Por isso, alguns fabricantes, em parceria com cooperativas de reciclagem, instalaram mais de 700 postos de coleta em todo o Brasil.
Depois de separados, eles são triturados e passam por um processo de mistura para que as placas sejam feitas. Cada metro quadrado de placa de borracha utiliza cerca de três pneus.