O metaverso tem sido tema recorrente devido ao seu grande potencial para realização de negócios. Em 2021, ganhou ainda mais destaque após Mark Zuckerbeg anunciar sua grande aposta a este novo ambiente, trocando o nome da própria companhia de “Facebook” para “Meta”.
Com tanta discussão e apostas, é natural que surjam dúvidas sobre a sua definição e como ele impacta o meio ambiente. É o que iremos discutir neste artigo.
O que é o metaverso?
O conceito do metaverso se refere à convergência dos mundos virtual, aumentado e digital. Ele permite mesclar a vivência em um espaço virtual com influências reais, podendo ser experienciado em um computador, smartphones ou mesmo em dispositivos de realidade virtual (VR), como óculos ou roupas especiais.
Atualmente, a maior parte dos dispositivos de VR estão focados na visão e audição como principais sentidos para experienciar o metaverso. É previsto que a próxima geração englobe ainda mais sentidos – como tato, olfato e paladar – por meio de trajes corporais e até mesmo esteiras omnidirecionais que permitam aos usuários experienciar diferentes sensações ao navegar pelo mundo virtual.
No metaverso você pode definir seu avatar, personalizar sua aparência e explorar o mundo digitalmente, interagindo com outras pessoas e viajando para você quiser. Permite também que você jogue games, assista às aulas, curta shows musicais e até mesmo ganhe dinheiro, já que, a partir dele, usuários podem criar, comprar e vender mercadorias.
Quais os possíveis impactos do metaverso no meio ambiente?
O metaverso reduz a necessidade de realização de viagens ou reuniões presenciais, o que teria impacto positivo direto sobre as emissões de gases do efeito estufa decorrentes do deslocamento por automóveis e aviões.
Outro benefício está relacionado à forma em que as empresas de vestuário poderão testar produtos e tendências no meio digital antes de lançarem suas novidades no mundo físico. Considerando que o setor contribui com 10% das emissões de carbono do mundo, o metaverso oferece uma oportunidade para redução de danos ambientais.
No entanto, existe uma preocupação por parte de diferentes estudiosos de que o metaverso possa gerar o efeito ambiental contrário, pois a tecnologia requer uma grande quantidade de energia para manter ativos os seus data centers. Estudos recentes apontam que treinar apenas um modelo de inteligência artificial poderia gerar cinco vezes gases de efeito estufa que a quantidade emitida por um único carro durante toda sua vida útil.
Jogos de realidade virtual também podem contribuir com o aumento das emissões de carbono até 2030. Vale destacar que a tendência é que a demanda por energia aumente cada vez mais já que, quanto maior o desenvolvimento tecnológico, maior a necessidade de imagens de alta resolução.
Outro ponto que merece atenção é o fato de que o desenvolvimento contínuo de dispositivos de realidade virtual aumentará o consumo de novas tecnologias que devem gerar um aumento no fluxo de resíduos eletrônicos, com potencial risco de contaminação do solo, águas subterrâneas e aterros sanitários.
Como reverter o impacto do metaverso no meio ambiente?
Diante do aumento iminente do consumo de energia e geração de resíduos, é de grande importância que empresas invistam em uma infraestrutura renovável, construindo assim um metaverso que seja ambientalmente sustentável. Algumas ações a serem tomadas envolvem:
– Criar dispositivos de realidade virtual a partir de itens reutilizáveis e retornáveis, ou que possam ser devolvidos ao mundo natural após utilização.
– Desenvolver hardwares e softwares com o máximo tempo de duração possível, diminuindo assim a quantidade de resíduos.
– Realizar a transição para fontes de energia limpa como forma de reduzir as emissões de gases do efeito estufa.
– Criar iniciativas que incentivem o desenvolvimento de boas práticas ambientais dentro do próprio Metaverso.
O futuro do metaverso é promissor e, apesar de ainda em desenvolvimento, já é uma realidade que vem alterando a forma que vivemos e nos relacionamos, por isso, é essencial que, tanto plataformas, quanto usuários, tenham responsabilidade sobre a sua utilização, refletindo sobre possíveis impactos em nosso meio ambiente.
Fontes: Greenmatters | LBCA | Aldo