Muitos são os fatores responsáveis pelo voraz aquecimento que vem sofrendo o planeta. Uma das muitas soluções para escapar das temperaturas mais altas foi a popularização de refrigeradores e aparelhos de ar-condicionado. O que nem todo mundo sabe é que esses equipamentos são, na verdade, fontes de gases que contribuem para o efeito estufa: os hidrofluorcarbonos (HFCs).
No último dia 29, os países se reuniram em Viena, na Áustria, para mais uma rodada de negociações a respeito do Protocolo de Montreal, que busca, assim como o Acordo de Paris, firmar um compromisso climático entre as principais nações do mundo todo. O principal objetivo desta ação é garantir a proibição dos HFCs, que tem potencial até 10 mil vezes maior para poluição do que o dióxido de carbono.
Entretanto, o acordo ganhará novos episódios nesses próximos dias, já que Índia e Arábia Saudita fizeram objeções sobre algumas das condições estabelecidas no documento. Mesmo assim, as expectativas de sucesso nas tratativas nunca estiveram tão próximas de serem confirmadas e, ainda em 2016, o acordo final deve ser anunciado. Em outubro, os representantes voltam a se reunir em Kigali, Ruanda.
Desenvolvido na década de 90, o HFC foi criado a fim de substituir o clorofluorcarbono (CFC), conhecido como um dos principais poluentes da camada de ozônio. Porém, através de estudos com base no hidrofluorcarbono, e, recentemente, com o acordo firmado na conferência do clima em Paris, o gás passou a ser apontado como um dos principais inimigos dos países para cumprimento das metas internacionais para preservação da temperatura do planeta.
Entre os principais assuntos discutidos na capital austríaca, a chamada linha de base (o nível de HFCs no qual as medidas de controle são baseadas) e o calendário para limitar as emissões de HFCs foram os temas de maior debate entre os líderes globais. Isto porque, neste momento, diferentes propostas foram apresentadas pelos países.
Importante destacar que, uma definição positiva sobre o acordo significaria a redução de 0,5° de temperatura do planeta até o final do século, se comparado com as projeções tendenciais. Além disso, a ação impediria que cerca de 100 bilhões de toneladas de dióxido de carbono fossem lançadas no ar até 2050, garantem especialistas.