O desenvolvimento urbano é um dos principais vilões da sustentabilidade em todo o mundo, inclusive aqui no Brasil. Não são raras as notícias de obras que interferem em um ou outro ecossistema, assim como de acidentes ambientais que podem levar à extinção de espécies animais e vegetais. Todavia, nos últimos anos, as empresas estão mais conscientes a respeito de suas atividades no meio ambiente.
É o caso do Aeroporto Internacional Tom Jobim, conhecido como Galeão, um dos aeroportos mais famosos do Brasil, que participou da Conferência Airports Going Green, realizada no final do mês de outubro, entre os dias 25 e 28, na cidade de Chicago (EUA). Com organização do Departamento de Aviação de Chicago e da Associação Americana dos Aeroportos Executivos, o fórum conta anualmente com a presença de especialistas em sustentabilidade, líderes de empresas aéreas e aeroportos e influenciadores. Novidades no segmento da aviação e estudos de casos com foco em sustentabilidade direcionaram a reunião.
A concessionária do aeroporto carioca, a RIOgaleão, apresentou na reunião seu Programa Integrado de Eficiência e Sustentabilidade (PIES), que pretende reduzir 10% de consumo energético do aeroporto a partir de um investimento de R$ 12 milhões já no ano que vem. A expectativa é que a redução chegue a 20% nos próximos 10 anos. Outro ponto positivo é que a gerente de sustentabilidade do RIOgaleão, Milena Martorelli, ministrou palestra sobre o que vem sendo feito e os projetos futuros sobre a zona portuária no Rio de Janeiro, principalmente em virtude dos Jogos Olímpicos que acontecem na cidade maravilhosa em 2016.
Um Galeão mais sustentável em 2016
Além de apresentar os projetos e a evolução das obras operacionais de estacionamento, pontes de embarque, modernização do terminal de cargas, reformas nas praças de alimentação e no setor de lojas, a apresentação da executiva também divulgou o Programa Integrado de Eficiência e Sustentabilidade (PIES).
Entre os pontos ressaltados, o PIES conta com um plano especial para tentar aprimorar a eficiência energética do aeroporto. Intitulado de “ Waste and Energy Zero”, o tópico tem como objetivo gerar energia limpa através do tratamento de resíduos (neste caso o biocarvão) e da captação de energia solar em uma área aberta de mais de dois mil quilômetros quadrados. A expectativa é que esta energia seja utilizada em veículos elétricos que circulam dentro do aeroporto e em terminais de passageiros e cargas. Além disso, o projeto prevê a instalação de pontos de recarga anual de celulares que terão a capacidade de atender até 20,5 milhões de celulares dos passageiros.
A concessionária assumiu o compromisso de realizar o tratamento de resíduos e viabilizar o uso de água fertilizada (gerada após o tratamento de resíduos) para irrigação de áreas verdes no aeroporto. A redução na emissão de poluentes também entrou em pauta, afinal, o transporte de resíduos até o aterro sanitário é um dos causadores do problema. Neste ponto, a proposta é que os mesmos resíduos ocupem um papel de matriz energética, assim como ocorrerá com a energia solar. O PIES ainda prevê aumento na renda de cooperativas de recicladores que trabalham próximas ao aeroporto do Galeão.