O Brasil é um dos melhores países do mundo em produção agrária e tecnologia rural. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o Brasil é o terceiro maior mercado exportador agrícola do mundo, atrás apenas dos EUA e União Europeia.
Apesar de ser ótima para a economia, a grande produção rural em massa provoca consequências terríveis para o meio ambiente. As atividades desse setor, como o desmatamento, as emissões de gases, o uso de agrotóxicos, a monocultura, a erosão provocada pelos cultivos e desmatamentos são responsáveis pela mudança climática e desequilíbrio do meio ambiente.
É para resolver esses problemas e diminuir seus impactos que a agroecologia se faz necessária. Hoje já existem cursos superiores em agroecologia em diversas universidades brasileiras. Esta nova ciência caminha juntamente com a ideia de desenvolvimento rural sustentável, que nada mais é do que processos e conjuntos de práticas e tecnologias aplicadas ao meio rural que possibilite a exploração e utilização dos meios rurais de forma a atender os critérios do desenvolvimento sustentável.
Elas são baseadas nos seguintes pilares: socialmente justa, economicamente viável e ecologicamente sustentável. O desenvolvimento sustentável é um guia internacional fundamentado de ações que contribuem para uma produção que não prejudique o meio ambiente e/ou que consiga recuperá-lo de certa forma.
Um exemplo disso são os alimentos transgênicos. Essa biotecnologia, ainda muito discutida e debatida pelo mundo todo, consiste em cultivar alimentos provindos de sementes geneticamente modificadas, adaptadas a desenvolverem melhores resultados sem o uso de agrotóxicos ou em ambientes que naturalmente não seriam favoráveis, entre outras características como ausência de sementes em seus frutos. O Brasil também ocupa a terceira posição mundial no uso dessas sementes transgênicas que barateiam o preço final dos produtos.
Diferente dos transgênicos, o cultivo orgânico, também chamado de agricultura orgânica, é realizado sem o uso de agrotóxicos, agroquímicos e fertilizantes, porém são produzidos em pequena escala, em pequenas e médias propriedades, deixando o preço de verduras e frutas um pouco mais elevado.
Segundo Ana Maria Primavesi, importante pesquisadora brasileira em agroecologia, “A ecologia se refere ao sistema natural de cada local, envolvendo o solo, o clima, os seres vivos, bem como as inter-relações entre esses três componentes. Trabalhar ecologicamente significa manejar os recursos naturais respeitando a teia da vida. Sempre que os manejos agrícolas são realizados conforme as características locais do ambiente, alterando-as o mínimo possível, o potencial natural dos solos é aproveitado. Por essa razão, a Agroecologia depende muito da sabedoria de cada agricultor desenvolvida a partir de suas experiências e observações locais”.
Ou seja, se tornou importante uma produção em prol da natureza e não contra ela. A agroecologia é uma ciência que possui alternativas mais corretas ecologicamente e sustentavelmente falando e está em constante evolução. No mundo inteiro, as universidades e centros de pesquisas abordam muito esse tema com trabalhos científicos, teses, fóruns e experimentos.
No Brasil, a transição da produção para processos de desenvolvimento rural sustentável ainda é tímida tanto em propriedades rurais que adotaram novos processos, quanto às projeções desses produtos no mercado interno. O governo brasileiro possui incentivo, como o Pronaf Agroecologia oferecido pelo BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento), para aumentar a agricultura familiar e diminuir a monocultura nas propriedades rurais.