A água é um recurso vital e aparentemente simples, mas quando se trata de água engarrafada, surgem questões complexas sobre validade, segurança e regulamentação. Embora a água em si não tenha prazo de validade, as embalagens e as condições de armazenamento podem afetar sua qualidade e segurança ao longo do tempo.
O prazo de validade nas garrafas de água refere-se principalmente à embalagem, não ao líquido em si. A água mineral natural, quando ainda em seu aquífero, pode permanecer potável por milhões de anos. No entanto, uma vez extraída e engarrafada, diversos fatores podem comprometer sua qualidade.
As garrafas plásticas, especialmente quando expostas a altas temperaturas, podem liberar substâncias químicas na água. Um composto preocupante é o Bisfenol A (BPA), usado em plásticos de policarbonato e resinas epóxi, que pode afetar o sistema endócrino. Garrafas de vidro oferecem maior proteção, isolando melhor o líquido do ambiente externo.
Além disso, a contaminação externa é um risco significativo. Segundo a bioquímica Petra Sanchez Sanchez da Associação Brasileira das Indústrias de Água Mineral (ABINAM), se a garrafa estiver mal fechada, bactérias do ar podem contaminar a água, potencialmente causando sintomas como diarreia.
Contaminação por microplásticos e outros poluentes
Estudos recentes têm levantado preocupações sobre a presença de microplásticos na água engarrafada. Uma pesquisa da Orb Media revelou que 93% das 11 marcas de água engarrafada analisadas continham vestígios de microplásticos, com níveis cerca de 50% maiores do que na água da torneira.
A contaminação por microplásticos não se limita à água engarrafada. Pesquisas têm detectado essas partículas no ar, no solo e até mesmo em águas subterrâneas. Além disso, um estudo da Consumer Reports encontrou níveis detectáveis de arsênico em 11 de 130 marcas de água engarrafada testadas nos EUA.
Regulamentação e tipos de água engarrafada
É importante entender que nem toda água engarrafada é mineral. Existe a água mineral e a água de mesa ou potável de mesa. A água mineral possui características específicas, incluindo potencial ação medicamentosa, e contém diversos íons e substâncias químicas como cálcio, magnésio, potássio e sódio.
A regulamentação da água mineral no Brasil é regida pelo Decreto Lei n. 7.841 de 1945, conhecido como Código de Águas Minerais. Este código define as características e providências relacionadas a este recurso.
Para garantir a qualidade da água consumida, é fundamental ler os rótulos, verificar a origem da água e os níveis de compostos presentes. Optar por marcas confiáveis e estar atento às condições de armazenamento também são medidas importantes para minimizar riscos à saúde.
Com informações de: Água Sustentável