Um estudo patrocinado pela ISWA (Associação Internacional de Resíduos Sólidos, na sigla em inglês), informa que metade da população do mundo não é beneficiada pela coleta seletiva. E para uma população de mais de 7 bilhões de pessoas, o volume estimado de resíduos que são lançados em locais errados chega a 700 milhões de toneladas/ano.
Nas regiões da África, Ásia e América Latina é onde estão os principais locais com problemas de coleta e destinação dos resíduos. Há relação direta com as condições de desenvolvimento dos países, com a falta de políticas públicas, poder econômico baixo e a falta de educação formal e informal para a população. As consequências são conhecidas: aumento da degradação ambiental, doenças e mortes prematuras.
A pergunta é: como as empresas podem colaborar para transformar esta situação? Conforme já comentei na coluna anterior, a produção de resíduos sólidos urbanos está diretamente ligada ao nosso modelo econômico, que privilegia o consumo e o descarte. Neste modelo há um ponto que pode ser direcionado a favor não só das empresas e seus novos negócios, mas a importância ampla que é a responsabilidade sócio-ambiental, hoje parte integrante da política de muitas empresas, em diferentes setores.
Empresas no mundo todo têm tomado consciência que questões relacionadas ao planejamento de seus negócios, seja o projeto, a produção ou o retorno no pós-uso, podem ser direcionadas para processos comprometidos com o ambiente e o social.
Redução de geração de resíduos é uma grande vantagem competitiva, pois gera novos negócios e renda, permitindo a inclusão social, a melhoria da condição de vida da população, criando consumidores conscientes.”
Para colocar estes processos em prática, um início pode ser pelo estudo do ciclo de vida do produto, que mede toda a sequência de eventos na criação de um produto, desde sua concepção até seu uso e descarte. Quando uma empresa tem uma análise deste ciclo de vida, com certeza terá as informações sobre os principais pontos onde existem “gargalos”, onde é necessário buscar mudanças que podem gerar reduções de custos e atender desde a Lei de Resíduos Sólidos e a Política de Logística Reversa, como demandas da sociedade.
Empresas que iniciaram processos de responsabilidade sócio-ambiental terão vantagens competitivas e farão parte da sociedade que trabalha para que as previsões da IWA para o futuro não se concretizem.
Empresas engajadas e participativas, com sistemas de gestão atuante, com colaboradores participativos, são as empresas que planejam o futuro, pensam o longo prazo, colaborando para sua perenidade.
Redução de geração de resíduos é uma grande vantagem competitiva, pois gera novos negócios e renda, permitindo a inclusão social, a melhoria da condição de vida da população, criando consumidores conscientes.
Precisamos olhar para os novos desafios como oportunidades, inovando também na busca de soluções.