Sempre ouvimos, lemos e discutimos sobre alternativas para o uso cada vez mais desenfreado de combustíveis fósseis em carros, caminhões e até mesmo em aviões. O problema da utilização de gasolina e diesel, por exemplo, está justamente na poluição gerada e que contém gases causadores do efeito estufa, provocando o quadro atual de aquecimento global que impacta diretamente na natureza e em nossas vidas. A situação é tão grave que hoje em dia não é raro encontrarmos projetos de meios de transporte que proponham o uso de novas fontes de energia como combustível.
No Brasil, mais precisamente na região amazônica, um veículo aéreo não tripulado alcançou uma grande façanha ao utilizar energia solar para realizar um voo experimental a partir da Estação das Docas, na capital Belém-PA. Chamado de Atlântic Solar e de fabricação suíça, o avião sobrevoou durante horas a maior floresta tropical do mundo apenas com a energia captada pelos raios solares. Modelo que pesa quase sete quilos conseguiu atingir velocidade de 60 km/hora e 1.600 metros de altura. Segundo os criadores do avião que usa energia solar, a autonomia de voo pode ser de até 10 dias em um futuro próximo.
Análise de catástrofes na natureza
Entre os objetivos do modelo, além de provar a eficiência da energia solar como solução para um combustível mais limpo e sustentável, também estava a captação de imagens que comprovassem o impacto ambiental causado pelo naufrágio do navio que transportava mais de 700 toneladas de combustível e cerca de cinco mil bois vivos na região próxima à Vila do Conde no Pará.
“Uma das aplicações do projeto é justamente estes casos de desastre. Decidimos conjuntamente para contribuir para os esforços feitos na região”, afirmou Maira Castro, diretora da empresa responsável pelo avião movido a energia solar, ao site do G1.
Além da representante suíça, João Pinho, da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Técnica e Tecnológica (Sectet), também valorizou o voo realizado pelo avião. “Vamos ter rapidamente a ideia de qual a área que a Semas [Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade] vai querer trabalhar no futuro, e os outros órgãos de governo vão ter que trabalhar para tentar minimizar os impactos, o recolhimento das carcaças, por exemplo, a limpeza das áreas contaminadas pelo óleo, e também pelo auxílio e alerta às populações atingidas por isso”, concluiu.