A energia limpa nos últimos anos vem crescendo desenfreadamente. Ela foi criada para substituir os processos que resultam em poluição exacerbada e desequilíbrio ambiental e climático no mundo todo, uma vez que ela é uma alternativa verde e sustentável que se utiliza de resíduos e materiais inesgotáveis.
Entretanto, mesmo o Brasil tendo umas das melhores condições naturais do mundo para esse tipo de energia, ele vem perdendo força nos últimos anos, de acordo com a terceira edição do relatório CleanTech Innovation Index, lançado pela WWF.
O documento trouxe uma análise sobre quais condições nacionais são mais adequadas para gerar inovação, atividade empresarial e comercialização de tecnologias emergentes. A nova edição reuniu 40 países, incluindo todos os participantes do G20, e classifica a eficiência do desenvolvimento inovador das energias limpas geradas até a sua comercialização.
Após o acordo de Paris, a corrida por tecnologias mais sustentáveis e uma economia de baixo carbono já está a todo vapor, desta forma, ser inovador e satisfazer às necessidades humanas sem prejudicar o planeta é a peça-chave para o sucesso dessa corrida.
Em notícia publicada no site oficial da WWF, Maurício Voivodic, diretor executivo do WWF-Brasil, disse que “o Brasil possui uma das melhores condições naturais do mundo para a geração de energia renovável. Porém, desde que começou a investir pesadamente no pré-sal, tem perdido pioneirismo e espaço em biocombustíveis e outras tecnologias renováveis”.
Ele complementa: “O governo precisa enxergar a economia de baixo carbono como uma oportunidade para criar empregos e oportunidades econômicas. Este é um momento único para o Brasil se tornar mais competitivo nesta área. Mas, caso não aproveitemos, outros países como Índia ou China passarão na frente”.
Brasil precisa buscar mais investimentos no setor
Porém, mesmo com o amplo conhecimento e o grande potencial do país para ser o grande vencedor dessa corrida, o documento mostrou que o Brasil corre um enorme risco de ficar para trás na disputa por uma economia verde de baixo carbono. Se não forem adotadas sérias medidas políticas e novas estratégias, ficará bastante difícil alcançar o objetivo acordado em Paris.
No ranking geral, o Brasil se encontra no 30º lugar entre 40 países, registrando uma queda de 5 posições em relação a 2014. Essa queda brusca se deve à baixa pontuação na área de inovação de tecnologia limpa comercializada, na qual o Brasil caiu de 2º lugar para 29º este ano, o que deixa claro que o país não está tendo tanta atividade em escala comercial nesta área.
Por outro lado, as notícias não são tão ruins. O país teve um registro positivo na área de atividade empreendedora em estágio inicial, sendo o número 1 dos 40 países analisados pelo relatório, recebendo 10 em todos os setores de inovação – não apenas em energia limpa. Essa ótima colocação é uma incrível oportunidade para o Brasil no médio e longo prazo para tecnologias limpas, desde que haja uma priorização nos setores políticos e investimentos públicos e privados.
Para o coordenador do programa de Mudanças Climáticas e Energia do WWF-Brasil, André Nahur, “o Brasil tem boas condições de desenvolver mais o etanol celulósico, as algas para produção de energia, a mini e a microgeração de eletricidade, o bioquerosene para aviação, a agricultura de baixo carbono, entre outras. Essas são iniciativas que podem levar o Brasil a um lugar de destaque, ao mesmo tempo em que contribuem para as metas do Acordo de Paris e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.”
Para que o Brasil e os outros países atinjam os tão esperados ODS (Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, da ONU) e aumentem a economia, é preciso ampliar os investimentos – que hoje são baixos – em empresas de tecnologia limpa, através de capital privado e oferta pública de ações.
Para conferir o relatório completo acesse o link.