O Brasil tem, hoje, quatro vezes mais condições de produzir energia solar do que a Alemanha, referência mundial em investimentos neste tipo de alternativa. E ao que parece os brasileiros têm se dado conta desse alto potencial, já que passaram a investir mais em energias renováveis e soluções para conter o impacto ambiental – e o aumento da conta de luz.
É o caso do engenheiro elétrico Marcelo Morais, que instalou em sua própria casa, na cidade de Artur Nogueira, em SP, um sistema com capacidade de usar a radiação solar para alimentar toda a energia consumida no local.
A ideia surgiu após uma experiência na faculdade. Ao ver o potencial do projeto, o engenheiro adquiriu patente de um equipamento móvel capaz de gerar energia onde estiver, desde que haja luz solar.
Há sete anos, a família utiliza o off grid, um sistema que funciona de forma isolada, acumulando energia a partir de baterias recarregáveis e distribuindo conforme a demanda. Ou seja, há um painel solar e um sistema entre o painel e a bateria que faz o controle de carga. Durante o dia, quando estiver usando a energia, o excedente é armazenado em baterias e a noite pode-se utilizar a carga acumulada.
Além disso, com o aumento da tecnologia, atualmente os painéis fotovoltaicos contam com funções mais complexas e concentram não apenas temperatura, mas um sistema de energia capaz de abastecer completamente uma residência.
Dessa forma, a casa do engenheiro tem energia térmica para o chuveiro, para a pia da cozinha e lavanderia, mas também tem o sistema elétrico, que fornece energia para todos os equipamentos, como ar condicionado, televisão e geladeira. Apesar do uso constante, Morais ainda vende para a Elektro em torno de metade do que arrecada.
Brasil ainda precisa melhorar e investir
Morais atua na área há 15 anos e em entrevista ao site Nogueirense, disse acreditar que, apesar de nos últimos tempos as discussões em torno do tema energia solar terem sido mais constantes, o sistema ainda não é muito difundido no país.
Para ele, um dos grandes motivos para o aumento na conta de energia, que subiu 17% no último mês, é a falta de estratégias capazes de reduzir gastos com combustíveis de altos preços utilizados em usinas. Além disso, os problemas ficaram mais evidentes com a seca que atinge todo o país. Ele afirma que o Brasil é um país com uma matriz energética de hidrelétrica, se não tem água, não tem energia.
Dessa forma, o cenário tem se tornado cada vez mais propício ao desenvolvimento de alternativas e a ferramenta considerada mais eficiente para substituir as fontes de energias convencionais são as placas solares fotovoltaicas.