Olá, gostaria de me apresentar, sou a Priscila Direste, a nova colunista do Pensamento Verde. Está sendo um prazer escrever a minha primeira coluna aqui. Fui convidada para falar a respeito de tudo que se refere à sustentabilidade, decoração, meio ambiente e estilos de vida alternativos.
Fiquei pensando muito no que falaria neste primeiro texto, pois ideias e assuntos interessantes não faltaram. Decidi então falar um pouco de uma experiência que vivi com meu namorado, e que teve início há dois anos. Tivemos uma experiência de estilo alternativo de viver a vida.
Eu passei meus 25 anos morando em São Paulo, no meio da poluição, caos, entre shoppings, comprando itens que não precisava para agradar a sociedade, levando uma vida falsa e fútil em meio ao trânsito caótico dessa imensa cidade. Confesso que estava louca para tirar umas longas férias e viver um estilo de vida diferente do que estava acostumada. Sempre amei a natureza e de estar junto à ela. Tenho um respeito imenso pelo planeta e colocar o pé na estrada sem data de volta era algo inspirador.
Para viver essa experiência, que logo vocês ficarão sabendo, eu e meu namorado tivemos que dar início à prática do desapego e fomos vendendo e dando nossas coisas como: carro, roupas, artigos de decoração, relíquias e quinquilharias.
[…]aprendemos a viver com pouco e o pouco era mais do que suficiente. E assim vivendo com pouco fui aprendendo o real valor das coisas, dos lugares e das pessoas”.
Em meados de Julho de 2011, embarcamos em nossa viagem de volta ao mundo. Passamos um ano e meio de país em país, vivendo novas culturas e diferentes estilos de viver a vida. Passamos por 17 países e tínhamos uma renda diária de US$ 50 por pessoa para: hospedagem, alimentação, transporte e passeio. Aqui aprendemos a viver com pouco e o pouco era mais do que suficiente. E assim vivendo com pouco fui aprendendo o real valor das coisas, dos lugares e das pessoas.
Na viagem pude viver mais esse lado do ecologicamente correto, do sustentável e do orgânico. Sempre lia matérias relacionadas a esses temas e em uma delas encontrei uma definição para a palavra sustentabilidade que me agradou bastante. O texto dizia assim: “Sustentabilidade é um termo usado para definir ações e atividades humanas que visam suprir as necessidades atuais dos seres humanos, sem comprometer o futuro das próximas gerações. Ou seja, a sustentabilidade está diretamente relacionada ao desenvolvimento econômico e material sem agredir o meio ambiente, usando os recursos naturais de forma inteligente para que eles se mantenham no futuro”.
Nova Zelândia
Quando estávamos viajando pela Nova Zelândia, tivemos a oportunidade de nos hospedar em um Albergue que mantinha uma linha sustentável e ecologicamente correta. O local chamava-se SolScape, fica localizado na Ilha Norte na praia de Raglan, famosíssima entre os surfistas do mundo todo.
O albergue tinha várias opções de hospedagem, sendo a primeira o camping, localizado em uma área verde gramada e com muitas árvores. Aqui as barracas eram bem vindas!
A segunda opção eram vagões de trens antigos, inteiramente reformados e devidamente decorados, distribuídos no meio de um paisagismo maravilhoso.
A outra forma de se hospedar era em cabanas, como as dos índios americanos, essas por sua vez ficavam isoladas no meio de uma mata densa e privativa.
Além dessas três áreas, ainda tinham alguns espaços de lazer como: uma ótima biblioteca, onde podia se fazer trocas de livros; espaço para internet; um loudge para passar horas conversando; e uma recepção que contava com telhado verde.
Quase todos os banheiros do camping tinham energia solar para aquecer a água dos chuveiros. Alguns tinham a opção de água gelada. A água que saía dos chuveiros e vasos sanitários era devidamente tratada antes de ser lançada na rede de esgoto.
Todos os produtos de limpeza utilizados no camping eram 100% orgânicos, nenhum produto poluía ou agredia o meio ambiente. A limpeza do camping era feita por voluntários que estavam hospedados no local. Isso reduzia o custo da hospedagem, possibilitando ao hóspede de permanecer mais tempo, pois pouparia alguns dólares trabalhando no local.
Toda a comida dos funcionários era plantada em hortas orgânicas, sem adição de fertilizantes. As cozinhas eram abertas, dispensando o uso de depurador ou coifas, no telhado havia telhas transparentes fazendo a função de clarear durante o dia, evitando um maior consumo de energia elétrica gerada pelas lâmpadas.
Placas e avisos sobre como cuidar do meio ambiente estavam espalhadas pelo camping.
Havia também bicicleta à disposição para pedalar pelas belas praias e montanhas da região.
Ter passado esses dias no camping foi uma experiência única. Levei comigo um aprendizado enorme, já que ficamos em contato direto com a natureza e com uma forma mais orgânica e leve de cuidar dela. Desfrutei dos benefícios daquele camping por ele ter adotado uma postura sustentável, garantindo a médio e longo prazo boas condições ao nosso planeta.
Aos poucos mais pessoas vão se dando conta da importância de uma atitude sustentável!
Para quem tiver curiosidade, acesse o site do Camping.
Abraços!