Diversos pontos negativos nos transportes urbanos impulsionam os brasileiros a optarem pelos carros. Vemos ofertas e facilidades para pagamento em várias concessionárias, o que aumenta a tentação. Se o trânsito é ruim e o transporte público também, muitos optam pelo conforto do veículo. Mas sabemos que as nossas ruas e rodovias não comportam a demanda de veículos (a frota de veículos aumenta rapidamente e o número de ruas e avenidas novas não seguem a mesma proporção), resultado: o trânsito fica cada dia pior, a poluição só aumenta e diminui ainda mais a nossa qualidade de vida. Apenas na capital paulista, são cerca de cinco milhões de veículos atualmente.
Não há como negar que os carros facilitam a nossa vida em muitas atividades cotidianas, mas não são saudáveis para o meio ambiente. Atualmente existem pesquisas para obter opções alternativas ao combustível fóssil, pois ele agride o meio ambiente na sua extração, polui o ar já que a sua queima produz gases como o gás carbônico, e não é um recurso renovável.
Sabemos que não é uma tarefa simples baixar o valor dos carros verdes, […] além disso, são cobrados impostos altos, mas se houvesse um meio de diminuí-los, acredito […] que ocasionaria uma melhora no trânsito e na economia pessoal”
Já existiram alguns carros ecologicamente corretos, um exemplo é o Ford Th!nk, ele possuía uma velocidade máxima de 80km/h e percorria 86 km sem precisar ser reabastecido em uma tomada elétrica. Devido às baixas vendas, infelizmente, a Ford abandonou o projeto em 2002. No Brasil os projetos dos carros híbridos (carros que utilizam eletricidade e petróleo) estão avançando positivamente.
Em outros países o Toyota Prius tem cerca de 200 mil unidades e é o pioneiro de vendas em todo mundo no seguimento de carro ecologicamente correto. O Prius produz aproximadamente 44% menos CO2 em comparação com um veículo convencional da mesma cilindrada. Além disso, 95% dele é recuperável, 85% é reciclável e 95% dos componentes da bateria de alta voltagem podem ser reutilizados.
No Brasil temos muitas opções de veículos, mas dificilmente vemos carros com a garantia de ser ecologicamente correto como os veículos híbridos. Em países como os Estados Unidos, estes carros disputam o mercado com modelos de todas as categorias, creio que as montadoras automobilísticas expandem as frotas com carros de passeio e luxo e a qualidade do consumo consciente passa quase despercebido.
Foi lançado em Janeiro de 2013 o novo modelo do Toyota Prius no Brasil, uma iniciativa inédita da montadora japonesa, ele custa em média R$ 120 mil. Nos EUA o mesmo modelo custa em média US$ 25 mil (cerca de R$ 50 mil). É visível a diferença de valores de um país para outro. A partir do momento que o governo brasileiro passar a olhar para a qualidade de vida (não apenas para o consumismo e os impostos), será possível ter um carro ecológico ao alcance da maioria dos motoristas.
De acordo com a Revista Info Exame, apenas 30% da gasolina consumida por um carro convencional é realmente gasta na tarefa de fazê-lo se mover. Todo o restante da energia é dissipado na forma de calor gerado na combustão, pelo atrito da transmissão e pelo acionamento de equipamentos como bomba de combustível e ar-condicionado.
São nesses 70% de desperdício que os híbridos podem fazer a diferença. Com um par de motores, esses carros usam a energia elétrica sempre que possível. O combustível passa a ser queimado de forma mais econômica e racional. A energia elétrica pode vir da força reconvertida durante a frenagem, do calor da combustão e até mesmo do impacto gerado pelos amortecedores. Já comuns nos modelos híbridos, os freios regenerativos transformam a energia cinética do carro em eletricidade. O próprio motor elétrico reduz a velocidade do carro enquanto gera eletricidade. Todo o processo é gerenciado automaticamente por software. E outras soluções estão a caminho.
Sabemos que não é uma tarefa simples baixar o valor dos carros verdes, pois eles utilizam novas tecnologias que encarecem a sua fabricação e, portanto, o seu valor final também. Além disso, durante a importação deles são cobrados impostos altos, mas se houvesse um meio de diminuí-los, acredito que seria mais fácil para mais motoristas comprarem, o que ocasionaria uma melhora no trânsito e na economia pessoal.
Fonte:
Revista Info Exame – 10/2009
http://g1.globo.com/carros/noticia/2013/01/toyota-comeca-vendas-do-prius-no-brasil-por-r-120830.html