No dia 9 de outubro, o Carbon Disclosure Project (CDP), organização internacional sem fins lucrativos, anunciou o Global Water Report 2013, estudo focado no setor corporativo, que visa auxiliar as corporações a desenvolverem ações de gestão ambiental e medidas que promovam a segurança da água. No relatório, que contou com a colaboração da agência Deloitte, especializada em auditoria, foi constatado que as grandes empresas do mundo são responsáveis por expor as reservas hídricas do planeta a 952 tipos de riscos.
Para a formulação da pesquisa, divulgada em 19 de novembro, o CDP solicitou dados de empreendimentos pertencentes ao FTSE Global 500 Equity Index, entidade global de indexação e soluções analíticas, porém somente 184 corporações concederam suas informações para exame. Entre as instituições que responderam ao questionário referente ao Global Water Report 2013, estão a BP, Bayer, General Motors, Nestlé, Wal-Mart e Unilever; e as brasileiras Petrobras, Souza Cruz e Vale também participaram.
Apoiado por 530 investidores internacionais que representam algo em torno de 57 trilhões de dólares, o relatório indica que, em curto prazo, basicamente, os riscos infligidos a água são estresse hídrico (situação em que a demanda por H2O supera o volume resguardado), escassez e poluição. No entanto, aproximadamente 23% das empresas não sabe que os impactos causados às reservas de água podem afetar diretamente suas cadeias de suprimentos.
Conforme o estudo, em média, cada corporação enfrenta dificuldades com pelo menos sete riscos ligados a conservação de H2O, porém cerca de 70% das instituições está ciente de que a falta de água potável acarreta ameaças substanciais aos seus negócios. No entanto, 15% dos empreendimentos sequer conseguem atender às normas de descarte de água, tornando ainda mais plausíveis as expectativas do CDP, que apontam que o declínio da qualidade da água poderá afetar as organizações num prazo de cinco anos.
Embora informações sobre essa situação sejam frequentemente publicadas, apenas 3% das empresas têm ações para a gestão da água, 4% para auxiliar suas cadeias de fornecimento, 6% para o envolvimento da comunidade e somente 1% de transparência de dados. Contudo, o mais preocupante é que nenhuma companhia relatou qualquer tipo de meta relacionada a políticas públicas.