Além de visualmente prejudicar a imagem de uma rua, avenida ou mesmo de um bairro inteiro, a presença de lixo a céu aberto pode trazer muitas doenças às pessoas e colocar a saúde pública em risco. O problema do lixo, infelizmente, ainda é uma realidade presente em muitos municípios brasileiros e que ganhou ainda mais força com o acelerado ritmo de consumo da sociedade. Cada vez mais estamos comprando e descartando no meio ambiente uma grande quantidade de produtos e embalagens… Será que tem solução? A resposta já foi dada por algumas cidades que aderiram às lixeiras subterrâneas.
Com pouco mais de um metro de altura, a lixeira subterrânea pode até parecer uma lixeira comum à primeira vista, porém ao colocar o lixo dentro do recipiente, logo percebemos que tem algo diferente. Um fundo falso liga o recipiente da superfície a um contêiner subterrâneo localizado a mais de dois metros abaixo do nível da calçada. A ideia é justamente acabar com o acúmulo de sacos de lixo nas calçadas, evitando que ele se espalhe por qualquer acidente, como pela força da chuva.
O modelo de lixeira subterrânea já é realidade em algumas cidades brasileiras, como em Paulínia, no interior de São Paulo, na vizinha Campinas, na capital baiana de Salvador e também na cidade carioca de Campos.
Como funcionam as lixeiras subterrâneas?
Parece até coisa de filme, mas a lixeira subterrânea possui uma engenharia digna de qualquer história de agente secreto. Todo o equipamento (a lixeira em si e o contêiner) é interligado para facilitar a retirada do lixo que é depositado ali. Para tal, profissionais “levantam” uma parte da calçada que funciona como uma tampa da lixeira, permitindo que um caminhão se aproxime e faça o recolhimento do lixo.
Cada contêiner tem capacidade de armazenar até 700kg de lixo. Além disso, todo o resíduo reciclável e orgânico é separado e transportado para locais diferenciados. Outro diferencial é que, devido à grande capacidade, a lixeira subterrânea exige menos viagens das empresas coletoras de lixo, o que representa uma boa economia nos gastos de transporte e também na queima de combustível fóssil para transportar dezenas de caminhões de lixo pela cidade.
“A cidade recebe os demais benefícios: na questão urbanística, na questão ambiental, a proteção que nós temos no nosso sistema de drenagem, de não ter o risco do lixo entupindo bueiro, entupindo rede de galeria. Não temos problemas com animais mexendo no lixo”, complementa o afirma o secretário de Obras de Paulínia, Antonio Carlos Elias, em entrevista ao G1.
Destino do lixo coletado
No caso de Paulínia, após ser coletado e enviado para o aterro sanitário, o lixo passa por uma triagem. O que é reciclável é enviado diretamente para uma cooperativa local. “O que tinha anteriormente era uma média de rejeito de 15% do domiciliar em coleta normal. Com esse material, eu não chego a 2%, 3% de rejeito. A melhoria é extraordinária”, afirma o diretor-presidente da cooperativa Cooperlínia Ambiental do Brasil, José Carlos da Silva.