Hoje, Dia Mundial do Meio Ambiente, a ONU (Organização das Nações Unidas) traz ao centro das discussões um dos principais abalos da área: a poluição do ar.
A situação é grave. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), doenças relacionada aos poluentes matam 7 milhões de pessoas por ano.
No que diz respeito à poluição especificamente emitida pelos veículos, um novo estudo publicado no periódico Lancet Planetary Health afirma que essa é a causa de 4 milhões de novos casos de asma infantil por ano em todo o mundo — o equivalente a 11 mil novos casos a cada dia. O principal poluente, o dióxido de nitrogênio, é produzido sobretudo por veículos a diesel.
Os problemas não acabam por aí: Em 2018, estudos ligaram a poluição do ar a diversos problemas, de milhões de casos de diabetes a níveis mais baixos de inteligência.
A contribuição para reduzir a poluição atmosférica deve vir de todos os lados – das autoridades à cada cidadão. Simples atitudes praticadas no dia a dia são de grande valia nessa corrente pelo ar puro. Veja algumas medidas que você pode tomar para ajudar:
Deixe o carro em casa
Como já mencionamos acima, os veículos são responsáveis pela emissão do principal poluente encontrado na atmosfera. Para não colaborar com isso, dê preferência ao deslocamento por bicicleta ou transporte público.
Você pode também deixar o automóvel mais vezes na garagem durante a semana e uma ideia para não interferir tanto em sua rotina é combinar com as pessoas do seu convívio um rodízio de carros. Por exemplo: cada dia uma pessoa do seu círculo de amizades ou da família leva as crianças para a escola; ou colegas de trabalho que morem perto usem o mesmo carro para se deslocar. Poupa-se o meio ambiente e também os bolsos, com a economia de combustível.
Recicle o lixo
Uma outra forma de contribuir para a melhoria da qualidade do ar é reciclando o seu lixo. Papel, plástico, metal e vidro que, após o uso, podem parecer não ter mais utilidade, são transformados em matéria-prima para a fabricação de novos produtos, por meio da reciclagem. Dessa forma, evita-se que, ao serem descartados incorretamente, liberem gases poluentes no meio ambiente e, ainda, poupa recursos naturais.
Plante árvores
Áreas verdes auxiliam na purificação e umidade do ar, pois capturam gases tóxicos, devolvendo oxigênio para a atmosfera. Estudo realizado pelo Instituto Totum e pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ), da Universidade de São Paulo, em parceria com a Fundação SOS Mata Atlântica, estima que cada árvore da Mata Atlântica absorve 163,14 kg de gás carbônico (CO²) equivalente ao longo de seus primeiros 20 anos.
Seja um fiscalizador
Atualmente, existem multas para caminhões e ônibus que poluem em demasia. Para ajudar no controle, anote a placa ao ver algum veículo poluindo em excesso e denuncie à Secretaria de Meio Ambiente do seu estado.
Desafio
A ONU Meio Ambiente lança hoje um desafio, para você reforçar o seu compromisso com o meio ambiente e cobrar os governantes a também fazerem a parte deles. Poste fotos e/ou vídeos nas redes sociais, cobrindo o rosto e a boca, para pedir aos líderes e governos ações por um ar mais limpo. Você pode utilizar lenços, máscaras de ar ou outras expressões simbólicas e criativas que remetam à poluição do ar.
No post, diga qual a sua iniciativa para contribuir com a questão e marque três pessoas, organizações ou empresas a fazerem o mesmo. Use as hashtags #DiaMundialDoMeioAmbiente e #CombataAPoluiçãoDoAr.
Compromissos e metas
Em 2018 foi realizada a primeira Conferência Global sobre Poluição do Ar e Saúde, organizada pela OMS junto à ONU Meio Ambiente e outros parceiros. Na ocasião, participantes se comprometeram a reduzir mortes ligadas à poluição do ar em dois terços até 2030 e 25 soluções foram lançadas para a Ásia-Pacífico transformar esta meta em realidade. Juntas, estas medidas podem salvar milhões de vidas e fazer com que mais de 1 bilhão de pessoas respire ar limpo até 2030. Ações já estão sendo implementadas na região, onde 4 bilhões de pessoas – 92% da população – estão expostas a níveis perigosos de poluição do ar.
Medidas políticas e tecnológicas
O relatório “Poluição do Ar na Ásia e no Pacífico: Soluções Baseadas em Ciência” estabelece 25 medidas políticas e tecnológicas, indo da indústria à energia e à agricultura.
Uma das 25 ações é a mobilidade elétrica. As Filipinas e o Sri Lanka, apoiados pela ONU Meio Ambiente, por exemplo, começaram a impor taxas menores sobre veículos elétricos e híbridos, em relação aos veículos convencionais. Com isso, o número de carros desse tipo na frota ativa do Sri Lanka aumentou 10 vezes entre 2013 e meados de 2018, com 150 mil veículos desses modelos agora nas ruas. O crescimento refletiu no aumento de 4%, em 2013, para 23%, em 2018, na porcentagem de veículos mais limpos na frota ativa. Na capital, Colombo, onde estudos passados mostraram que tráfego intenso representa mais de 50% da poluição do ar, o novo cenário faz grande diferença na saúde das pessoas.
Colocar as 25 medidas em prática levará uma exposição 56% menor a partículas finas na região da Ásia e Pacífico em 2030, comparado com 2015.
Problema global
A poluição do ar não é um problema regional, mas sim, mundial. Substituir a frota atual de ônibus e táxis em 22 cidades da América Latina, por exemplo, pode salvar 36.500 vidas até 2030. Por isso, a ONU Meio Ambiente, através da sua plataforma MOVE e com apoio da Euroclima+, está ajudando Argentina, Colômbia e Panamá com estratégias nacionais de mobilidade elétrica. Além disso, a agência da ONU também está auxiliando Chile e Costa Rica a expandir o uso de ônibus elétricos.
Diversas ações para salvar o planeta estão ocorrendo no mundo e colhendo resultados. A OMS concluiu em 2018 que mais de 57% das cidades das Américas e mais de 61% das cidades da Europa tiveram uma queda em poluição de partículas finas entre 2010 e 2016.
Com todos dando a sua contribuição — afinal, a qualidade do ar que respiramos depende das escolhas de estilo de vida que fazemos todos os dias —, nos próximos dias do Meio Ambiente teremos muitos motivos para comemorar.