Educação
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A educação ambiental nunca foi tão levada a sério como nos últimos 20 anos. A ONU (Organização das Nações Unidas) e ambientalistas entenderam a importância de disseminar conceitos mais amplos de prevenção do meio ambiente. As ONG´s identificaram a lacuna do diálogo entre o Estado e a educação, preenchendo o espaço com projetos sociais que visam explicar o conceito da preservação da natureza para as crianças utilizando diferentes procedimentos e mostrando vários aspectos.

Estas instituições encararam a proposta de viabilizar meios de aprendizagem deste tema através de políticas específicas, dentre elas, projetos e parcerias com instituições privadas. Segundo pesquisa da ABONG (Associação Brasileira de ONG´s), realizada em 2010, as entidades voltadas à saúde, assistência social e ensino representavam 18,6% das 54,1 mil Fundações Privadas e Associações sem Fins Lucrativos (Fasfil).

Cuidar do meio ambiente é cuidar do próprio destino. E a escola é um lugar para favorecer esta educação. Este é o caminho para trabalhar os conceitos de sustentabilidade e formar a consciência ecológica”, Tânia Campos, professora da rede pública de ensino.

Natália Ruiz, educadora no “Quintal” – projeto organizado dentro da ONG Cáritas –, realiza um trabalho voluntário de educação ambiental desde janeiro deste ano com crianças de 6 a 16 anos, moradoras da favela de Paraisópolis, região sul de São Paulo, onde fica o projeto. Como estudante de  oceanografia da USP, ela consegue aproximar informações sobre o meio ambiente para as crianças através de atividades de construção de minhocário, horta e descarte correto do lixo.

“O mais legal é ver que a criança aprende que pode plantar a alface e comer em casa, fazer seu próprio brinquedo com material reciclado, e ainda aprender técnicas de marcenaria que serão importantes para eles no futuro”, explica a voluntária sobre as atividades do Quintal.

Reciclagem
Foto: insightfire

Enquanto isso, na escola pública a pedagoga Tânia Socorro Campos, que leciona matemática, português e geografia há 25 anos, combina tópicos dessas matérias com atividades lúdicas de incentivo à preservação do meio ambiente. Atualmente na Escola Estadual Adelina Aschar, em São Paulo, ela trabalha com crianças de 8 e 9 anos do 3º ano do ensino fundamental, aplicando o conceito de descarte correto do lixo como tema de redação em uma aula de português, por exemplo.

À frente do “Projeto Água”, Tânia Campos desenvolve projetos relacionados à economia de água baseada na própria realidade dos alunos. A pedagoga faz uma pesquisa na sala para saber quanto tempo os alunos e membros da família deles gastam no banho e a partir disso realiza atividades de cálculos matemáticos que ensina à molecada conceitos de porcentagem e sustentabilidade.

A pedagoga ressalta a importância da educação ambiental porque acredita que “cuidar do meio ambiente é cuidar do próprio destino. E a escola é um lugar para favorecer esta educação. Este é o caminho para trabalhar os conceitos de sustentabilidade e formar a consciência ecológica”, explica.

O mais legal é ver que a criança aprende que pode plantar a alface e comer em casa, fazer seu próprio brinquedo com material reciclado, e ainda aprender técnicas de marcenaria que serão importantes para eles no futuro”, Natália Ruiz, educadora voluntária do Projeto Quintal.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, a lei 9795/99 sobre o PNEA (Programa Nacional de Educação Ambiental) obriga todas as escolas municipais e estaduais do país a incluírem a matéria de educação ambiental como disciplina vigente da grade curricular. A partir do decreto, as instituições de ensino entenderam a importância de anexar o assunto entre as demais matérias do ensino fundamental para que os alunos já pudessem tomar consciência das questões que interferem e transformam o meio ambiente.