Já se imaginou morando em uma comunidade onde você e sua família tenha alguns espaços privativos, mas compartilhe lugares com outras famílias? Essa é a ideia das cohousings: reduzir o tamanho das casas ou apartamento em troca de ambientes utilizados por todos. Assim, a lavanderia, por exemplo, é comunitária e com três ou quatro máquinas de lavar dá conta da demanda de dez ou mais grupos. Outros espaços comunitários são as bibliotecas, hortas, oficinas, refeitório, e, em alguns casos, até os carros.
Ao compartilhar os espaços e objetos diminui-se o consumo e o impacto ambiental e facilita o dia a dia dos moradores, que ganham em qualidade de vida, por apresentarem menos necessidade de trabalho e dinheiro. Isso gera nas pessoas um sentimento de segurança em um clima quem lembra a vida no interior, com as comodidades de se morar em uma cidade grande.
O desenho das cohousings é característico. Na maioria das vezes, elas nascem do zero e os futuros proprietários dão palpites em todos os estágios da construção, desde o desenho da planta até os materiais que serão utilizados. A disposição das casas é feita para fortalecer a proximidade entre os moradores. Geralmente são de 20 a 40 residências, umas de frente para as outras, com jardins e áreas de lazer entre elas. Cada família vive com privacidade em sua própria casa, mas convive com o restante da comunidade nas horas das refeições, por exemplo, na cozinha coletiva.
Os espaços coletivos incluem cozinha, sala de jantar, lavanderia, biblioteca, sala de ginástica, oficina de artes e espaço de lazer coletivos. O trabalho é dividido entre os moradores. Na oficina coletiva ficam os equipamentos para as atividades de cuidado com a horta e a varrição das calçadas, por exemplo.
Nas cohousings, os espaços ao ar livre são pensados paras os pedestres, valorizando os transportes alternativos. O estacionamento fica em uma área mais à margem da comunidade. Comumente carros e bicicletas são compartilhados e os pais fazem rodízio para levar e buscar as crianças na escola. Todas as decisões são tomadas por todos os moradores, sem hierarquização. O objetivo é compartilhar não só os espaços, mas também as experiências.
Algumas cohousings
Na Inglaterra, o The Threshold Centre é um exemplo de cohousings. Suas 14 residências e áreas comuns têm placas fotovoltaicas e sistema de reaproveitamento de água da chuva para abastecer a lavanderia comunitária e as hortas orgânicas. Na vila, bicicletas e carros são divididos.
Na Quayside Village, em Vancouver, Canadá, 19 apartamentos, um salão de encontros e uma área comercial se distribuem em mil metros quadrados. Os moradores se beneficiam das trocas e facilidades para morar em comunidade de forma sustentável, sem perder os benefícios da vida em metrópole.