Fonte renovável, a energia solar pode ser reaproveitada de diversas maneiras. Neste contexto, o uso do forno solar como uma alternativa sustentável ao forno comum pode ser bastante eficaz e vem se intensificando desde 1990.
Descrito por Nicholas de Saussure por volta de 1701 e criado por Horace de Saussure em 1767, a ferramenta é constituída de uma caixa com fundo preto e tampa de vidro, com abas refletoras. Mas, afinal, como funciona o forno solar?
O fundo preto absorve a luz solar e converte-a em radiação infravermelha, que não passa pela tampa de vidro, criando o efeito estufa, podendo atingir até 150°C.
Sem a utilização de gás, de lenha e nem de energia elétrica, o forno é capaz de cozinhar qualquer alimento sem dificuldade. Em média, o cozimento demora um pouco mais do que em um forno comum e leva de 2 a 6 horas.
A simples confecção e utilização enganam, já que o aparelho trás muitos benefícios a quem o utiliza. Entre os benefícios estão a economia de energia elétrica, redução no número de desmatamento e queimadas, bem como a redução na emissão de CO2.
O problema, no entanto, é que o forno solar é totalmente dependente da condição climática e, portanto, não pode substituir 100% o convencional.
Cozinha sustentável
A possibilidade da construção do próprio forno solar gastando o mínimo possível leva uma esperança às regiões mais carentes de energia e economia. Os modelos são muitos e variam. O mais simples é o painel, feito com um pedaço de papelão, revestido com algum papel laminado.
Foi em 1990 que as pesquisas em torno do forno solar se intensificaram, com a descoberta da associação internacional Solar Cookers. A organização distribuiu fornos desse tipo a 28 mil famílias no Quênia e, oito anos depois, constatou que cerca de 20% delas ainda usavam os painéis como equipamento principal da “cozinha”. A estimativa é de que no período houve uma melhora ambiental considerável, visto que quase as 6 mil famílias, que estariam queimando lenha, adotaram a cozinha sustentável.
No Brasil, um projeto da Associação Caatinga disseminou a utilização do Forno Solar na região da caatinga. A ideia era implantar a tecnologia na área, aliando a sustentabilidade. Para isso, as famílias foram capacitadas para a utilização no preparo de diversos alimentos nos fornos solares distribuídos pela Associação. Dessa forma, a região aproveita a maior energia que a envolve, o sol.