Construir de forma sustentável deixou de ser algo fora do nosso alcance e pode ser mais fácil do que se imagina. O uso consciente dos materiais deve estar incluído na lista de afazeres antes de iniciar uma obra.
O forro ecológico é uma opção viável quando se pensa em reciclagem na construção civil. Um projeto realizado em Manaus, no Amazonas, usa caixas de leite longa vida para revestir o teto das casas de pessoas carentes da região. A iniciativa desenvolvida pela professora Jemina de Paula Soares ganhou reconhecimento internacional e já foi apresentada em Roma e na Tunísia. A ideia também é aplicada em diversos estados no Brasil.
A instalação do forro ecológico é simples. As embalagens longa vida são abertas, limpas e cortadas para que fiquem com a aparência de uma folha. Depois elas são passadas a ferro com uma proteção de tecido por cima das caixas, para que fiquem bem esticadas. Em seguida as pontas das embalagens são coladas umas as outras para que formem painéis. Então, basta instalá-los no teto com a parte de alumínio sempre exposta.
Os benefícios do projeto são a redução do consumo de energia, o isolamento do calor, diminuindo a temperatura do ambiente em até 10 graus, e a contribuição para o meio ambiente.
Iniciativas como essa contribuem para a melhoria do meio ambiente. Para se ter uma ideia, a taxa de reciclagem de embalagens longa vida no Brasil foi de 27,1% em 2011, o que equivale a 59 mil toneladas, de acordo com dados do Cempre (Compromisso Empresarial Para Reciclagem).
Além da utilização do forro ecológico nas construções, outros materiais também podem ser reaproveitados, como o bambu. Outras opções amigas do meio ambiente também já estão disponíveis, como o tijolo e o cimento ecológico.
Assim, a mudança de pequenos hábitos gera impacto positivo na preservação da natureza. O fato pode ser comprovado por um levantamento realizado pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), em parceria com outras universidades. Ao visitar 69 canteiros de obras, em 12 estados brasileiros, os pesquisadores concluíram que cerca de 90% de argamassa são perdidas durante uma construção.