Além de ser composto por cachoeiras, rios de águas cristalinas, grandes chapadas e dunas de areias com até 30 metros de altura, o Jalapão (Tocantins) ainda tem como destaque o artesanato do capim dourado.
A prática começou no povoado do Mumbuca, onde remanescentes de quilombolas utilizam a palha do capim dourado (espécie de sempre-viva da família Eriocaulaceae) para dar forma a pulseiras, brincos, chaveiros, bolsas, cintos, vasos e peças de decoração. O artesanato faz sucesso no Brasil e também é exportado para vários outros países.
O trabalho manual, que é passado de geração para geração, se expandiu e hoje também é produzido em outras localidades da região do Jalapão e cidades do estado de Tocantins.
Com a venda dos itens produzidos, as famílias complementam a renda – sendo que muitas têm essa como única forma de rendimento -, e ainda ajudam na preservação da espécie. O capim dourado só pode ser colhido entre 20 de setembro e 20 de novembro para que não entre em extinção.
Vale lembrar que a colheita do capim dourado é regulamentada por uma lei que proíbe a saída do material “in natura” da região. Sendo permitido apenas em peças já produzidas pela comunidade, visando assim a sustentabilidade ambiental, social e econômica do local.
Dessa forma, os artesãos recebem da Fiscalização Ambiental do Naturatins uma licença e instruções para coletar a planta de forma seletiva, e lançar as flores no campo para dar continuidade à reprodução da espécie. De acordo com o órgão, atualmente 800 artesãos possuem essa licença, que tem validade de um ano. O resultado é um lindo artesanato que valoriza a cultura local e leva para o mundo diversos artigos de beleza única.