Dentre as características consideradas fundamentais para um bom projeto de bioconstrução ou construção sustentável está o uso de técnicas que sejam ao mesmo tempo simples e capazes de gerar bons resultados, com o uso de materiais abundantes, baratos e, é claro, que não provoquem danos ao meio ambiente.
O superadobe reúne todas estas características. Trata-se de uma técnica conhecida de bioconstrução que usa de terra ensacada. Neste tipo de processo construtivo, sacos de polipropileno são preenchidos com solo argiloso. Devidamente empilhados, esses sacos acabam sendo socados e moldados no formato de paredes e outras partes da construção de forma artesanal ou com utilização de máquinas, de modo semi-industrial.
A técnica do superadobe foi criada na década de 1980 pelo iraniano Nader Khalili e espalhou-se pelo mundo, consagrando-se como um exemplo nítido de como é possível utilizar matérias primas simples associadas a ideias inovadoras e de fácil execução. O superadobe acabou por auxiliar, ainda, comunidades carentes de recursos financeiros. Em alguns desses locais, o uso da técnica surge como uma possibilidade de melhoria na condição de vida de populações inteiras, que podem ter acesso a uma moradia digna e de qualidade.
Além da questão social, o superadobe ainda é ambientalmente sustentável, pois utiliza material natural. Destaca-se dentre as práticas de bioconstrução também pela qualidade do resultado, a rapidez no processo de construção, a grande resistência e o conforto térmico e acústico.