O empreendedorismo sustentável é hoje um fenômeno global em que diversas instituições, sejam elas públicas ou privadas, têm voltado todo o seu investimento. Os resultados desta busca podem ser vistos através das inovações em produtos e serviços, no desenvolvimento tecnológico e na geração de riqueza, tanto econômica quanto de capital humano.
O empreendedorismo tem seu foco na criação de valor econômico, enquanto o empreendedorismo sustentável amplia este objetivo, engloba também o desenvolvimento sustentável e seus benefícios sociais e ambientais.
Por ser um conceito novo que está em crescimento no Brasil e no mundo, até mesmo a sua nomenclatura ainda está em discussão. Alguns consideram correto usar o termo “empreendedorismo orientado à sustentabilidade”, alegando que nenhuma empresa é totalmente sustentável. Porém o termo “empreendedorismo sustentável” agradou logo de início o público, e esta vem sendo a nomenclatura mais popular.
O conceito do empreendedorismo sustentável envolve, portanto, a reconstrução em bases sustentáveis: reflexão, construção, organização, planejamento, identificação, criação e exploração de novos negócios que possibilitem a obtenção de lucro, ao mesmo tempo em que geram valor social e ambiental. Estas bases buscam atingir um comportamento inovador num mercado em que as questões ambientais e sociais sejam o principal meio para se obter vantagem competitiva.
O relatório de Monitoração Global do Empreendedorismo, realizado no ano de 2002 por escolas de administração dos Estados Unidos da América e da Inglaterra, apontou dados interessantes sobre o empreendedorismo no Brasil. Entre eles estão:
• O nível relativamente alto de atividade empreendedora no país, estando em 7º lugar no ranking mundial, em que 135 em cada 1000 brasileiros que fazem parte da População Economicamente Ativa (PEA) são empreendedores;
• Cerca de 40% das mulheres brasileiras são bastante empreendedoras;
• A descentralização dos programas no país que incentivam o empreendedorismo sustentável, devido a sua diversidade regional de cultura, infraestrutura e qualificação de mão de obra;
• O gradativo aprimoramento no sistema educacional que tem estimulado a cultura empreendedora e a sustentabilidade entre os jovens adultos.
Mesmo apresentando sinais gradativos de crescimento no empreendedorismo sustentável nos últimos 10 anos, o Brasil ainda precisa ultrapassar barreiras que acabam impedindo um maior desenvolvimento da prática no país, como a disponibilidade de capital, o acesso aos investimentos e a intervenção governamental, apontada hoje por muitos empreendedores como a principal dificuldade devido ao fardo burocrático.