Nas épocas festivas é muito comum as crianças pedirem brinquedos ou acessórios eletrônicos (principalmente vídeo games, smartphones e tablets), mas será que vale a pena dar um presente que possui um custo alto e afastará a criança de um convívio social mais saudável?
Muitas vezes reprimimos os filhos de maneira incorreta, falamos “você não vai ganhar o que pediu porque não se comportou direto”, mas passa alguns dias ou meses, esquecemos o ocorrido e damos o presente que ele tanto esperava, será que essa é a maneira correta de educá-lo para o futuro, mostrando que a nossa repreensão não foi construtiva e ele foi recompensado mesmo assim? Muitos pais entregam o que o filho queria sem explicar o valor do presente, como foi difícil para comprar, porque ele está ganhando e como deverá cuidar. Como ele aprenderá o valor que as coisas materiais têm e como cuidará dos próprios bens no futuro?
Seja por falta de tempo para dar a devida atenção aos filhos, é comum ver os eletrônicos como “a nova babá”, pois mantêm as crianças entretidas tempo suficiente para descansarem da rotina diária. Os pais que não possuem regras para uma utilização saudável dos eletrônicos abrem espaço para os inúmeros perigos que a internet traz. A criança que utiliza um chat ou uma rede social não possui o bom senso que um adulto tem para saber discernir as ciladas da interatividade social, e por muitas vezes podem ser aliciadas para pornografia, pedofilia, jogos viciantes, etc. Se os pais não possuem esse “filtro” para proibir, está pensando de maneira errada, não é só porque a geração mais jovem sabe utilizar as ferramentas e atalhos das interatividades sociais e querem ter o seu espaço e a sua privacidade conquistada cada vez mais cedo, não significa que ele vai agir como um adulto, penso que criança tem que ter vida de criança.
O relacionamento de pais e filhos se torna cada vez mais distante com o avanço da tecnologia, se for usada de maneira incorreta e sem limites, ter uma rotina estipulada por horários e limites para a criança é a melhor forma de manter uma vida saudável”
Quem mora nas capitais ou grandes cidades sabe como é difícil e perigoso deixar as crianças brincarem ao ar livre, a falta de segurança nos oprimem a deixar nossos filhos trancados em casa e irem “da escola para a casa”, e quando sobra um tempo para ficarmos com eles, nos dedicamos a levá-los ao shopping, ao cinema, e criamos desde cedo à ideia de consumismo.
Falta simplicidade para desenvolvermos brincadeiras e passeios com as crianças. Quando eu era pequena, era levada pelo menos duas vezes por mês ao SESC Pompéia para ver as novidades culturais e me lembro de como viajar dentro dos livros infantis, histórias em quadrinhos era divertido, e foi pelo incentivo da minha mãe que aprendi e gosto de ler e desenhar até hoje, e nunca me esqueço da primeira vez que fomos ao Memorial da América Latina, onde em alguns ambientes estavam expostos quadros imensos e as salas pareciam que foram feitas para gigantes (devido ao pé direito ser muito alto), mas eu me divertia do meu modo, mesmo sendo criança eu gostava de ver as cores dos quadros. Com as explicações simples da minha mãe eu conseguia interpretar os quadros do meu jeito, com jeito de criança.
O relacionamento de pais e filhos se torna cada vez mais distante com o avanço da tecnologia, se for usada de maneira incorreta e sem limites, ter uma rotina estipulada por horários e limites para a criança é a melhor forma de manter uma vida saudável. Estimular passeios de bicicletas pelo parque próximo da sua casa, ensinar uma tarefa diferente (como consertar algo quebrado), estimular o desenvolvimento criativo (como leitura, desenhos, pinturas, histórias em quadrinhos), são maneiras de mudança positiva nos hábitos infantis, estimule jogos de tabuleiros onde toda a família possa interagir, será uma experiência divertida e melhorará o convívio e a comunicação dentro de casa.