Desde 2012, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) tem voltado suas atenções para a criação de novas políticas que valorizem a produção de energia solar. Através da regulamentação de projetos de lei e auxílio da iniciativa privada, novos usuários dos sistemas fotovoltaicos podem se beneficiar com descontos em contas de luz e até isenção de taxas e impostos.
Entretanto, muitas empresas – algumas delas, players de mercado – se mantêm contrárias à adesão dos novos projetos de produção de energia. Como principal justificativa, as organizações se apoiam na ideia de que o custo de infraestrutura tende a aumentar e sobrecarregar a conta de consumidores que não tiverem condições de instalar essa tecnologia.
Para Rodolfo Meyer, especialista em energia solar, o argumento usado não faz sentido. Em release oficial, o também sócio do Portal Solar explica como a descentralização da geração de energia contribui para desenvolvimento do setor no país.
“Esse é o argumento de algumas distribuidoras, que destacam uma taxa chamada TUSD (Tarifa de Uso dos Sistemas Elétricos de Distribuição), tarifa utilizada para investir na infraestrutura do sistema. Há um problema, no entanto: mesmo que você produza 100% do que consome e receba créditos pelo excesso produzido, ainda assim há uma tarifa mínima que pagará às distribuidoras, chamada de custo de disponibilidade. Além disso, a infraestrutura já está construída! ”, enfatiza Rodolfo.
Em relação à sobrecarga de custos, o especialista explica que isto não acontece: “Na realidade, a energia solar por si só é uma energia extremamente limpa e, conforme o modelo de geração compartilhada se expande – e aqui incluo também outras fontes como eólica e de biomassa -, tende-se a partir para um smartgrid, que é uma rede de energia inteligente, ou seja, uma rede elétrica melhor e mais sintonizada com o que vemos em países europeus, Estados Unidos e Austrália, por exemplo.”
Outro fator importante é a série de benefícios gerados através da produção de energia limpa para o meio ambiente. O fato de serem autossustentáveis, renováveis (diferentemente de gás, óleo e carvão) e de fácil manutenção são apenas algumas das características que tornam a energia solar uma solução consistente para o futuro do setor.
Rodolfo fala ainda sobre a geração de novos empregos no mercado energético, que, segundo um levantamento feito pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), acontece na medida que novos sistemas fotovoltaicos são instalados.
“Recentemente, a Absolar divulgou que para cada megawatt de energia solar instalado são criados entre 20 e 30 empregos, o que resultaria na geração de até 99 mil novas vagas até 2018. Mas veja, eles consideraram apenas usinas de grande porte. Quando você analisa geração compartilhada, o potencial é ainda maior e bem distribuído, de forma que essas vagas não se concentram em determinada região, mas espalham crescimento econômico por todo o país”.