Segundo a Associação Brasileira de Celulose e Papel (BRACELPA), o País produziu 874 mil toneladas de papel em janeiro, tendo um consumo aparente de 811 mil toneladas no primeiro mês de 2014, uma demanda alta que tem intensificado a derrubada de árvores. Desta forma, a criação de práticas econômicas se tornou um objetivo urgente, o que credencia a proposta de Suvir Mirchandani como possível solução. Basicamente, o plano do estudante americano de 14 anos viabiliza a redução do gasto com impressões em 24% através de uma mudança tipográfica.
Observando o desperdício de folhetos numa escola da Pensilvânia, nos Estados Unidos, o jovem aluno começou a elaborar a parcimoniosa ideia. Por meio do software APF Ink Coverage, Mirchandani analisou o consumo de tinta proporcionado por algumas das fontes mais comuns, como “Garamond”, “Times New Roman”, “Century Gothic” e “Comic Sans”. Com base nesse estudo, o garoto de origem indiana apresentou um projeto para a escola, sugerindo o uso de um tipo de letra alternativo, no intuito de diminuir os impactos ambientais.
De maneira geral, o estilo “Garamond” não apresenta muitas diferenças em relação aos modelos usuais; porém, a tipografia tem um traçado mais fino, o que, na disposição de grande quantidade de palavras, demanda menos tinta do que “Arial” e “Calibri”, por exemplo. Portanto, tal padrão de caracteres propicia despesas diminutas com coloração e, por ocupar menos espaço, demonstra potencial para reduzir o consumo de papel, benefício que garantiu a indicação do estudante.
Segundo o adolescente, caso a alteração fosse adotada pela instituição de ensino, as impressões de comunicados custariam menos e as folhas de papel renderiam mais, simplesmente. Sendo assim, após a experimentação da tese de Mirchandani, a escola realizou estudos e concluiu que, anualmente, US$ 21 mil deixaram de ser empregados em publicações.
Posteriormente, numa escala muito maior, e com o incentivo de um professor, o rapaz projetou que o governo norte-americano poderia economizar até US$ 136 milhões se aderisse à ideia, pois os gastos com tintura utilizada em documentos oficiais (que atualmente chegam a US$ 467 milhões) teriam significativo declínio. Além disso, mais de US$ 234 milhões seriam poupados se os departamentos estaduais também se adequassem à “Garamond”.
Visando o menor descarte de folhas, outras opções estão sendo desenvolvidas. Uma das alternativas é brasileira, de dois alunos de doutorado em química da Universidade de Brasília (UnB), com apoio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Eles criaram uma tinta a partir de óleo de cozinha e pretendem vender o produto por preços bem abaixo do comprado pelas fórmulas convencionais, mas ainda esperam pelo registro de patente.
Conforme a BRACELPA, dentre a produção total de papel referente a janeiro, 223 mil toneladas destinaram-se a impressão e escrita, e 10 mil toneladas foram para uso específico dos veículos de imprensa. Considerando esses expressivos números, a utilização da letra “Econfont Vera Sans” promove maior poupança de tinta, não afeta a leitura e é disponibilizada para download gratuito pela Ecofont, ou seja, beneficia as finanças e a natureza.