Realizado em Medelín, na Colômbia, entre os dias 5 e 11 de abril, o Fórum Urbano Mundial 2014, evento organizado pelo Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-HABITAT), contou com o lançamento do documento Integrating the Environment in Urban Planning and Management (“Integração do Meio Ambiente no Planejamento e Gestão Urbana”, numa tradução do idioma inglês). Produzido com o intuito de indicar os princípios-chave a serem adotados pelas cidades no século 21, o estudo afirma que o crescimento das metrópoles pode beneficiar o desenvolvimento sustentável.
Elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), o balanço considera que o planeta passa por um processo de aumento da urbanização, porém, ressalta que o momento apresenta inúmeros desafios. Atualmente, as regiões urbanas concentram mais de 50% da população mundial, contudo, enquanto isso, as cidades representam apenas 2% da superfície terrestre, mas são responsáveis por 75% do consumo dos recursos naturais.
Diante desses dados, a importância dos papéis executados por essas localidades fica evidente. Além disso, o documento garante que 90% do crescimento metropolitano pode ser atribuído aos países em desenvolvimento, o que fundamenta ainda mais as projeções de que as cidades asiáticas, africanas e latino-americanas abrigarão 80% da população global já em 2030, isto é, num futuro não tão distante.
Entretanto, a publicação sugere que a expansão sem precedentes dos centros urbanos caracteriza uma oportunidade única para a construção de cidades mais sustentáveis, inovadoras e equitativas. “Está claro que as decisões e ações necessárias para levar a sociedade em direção a padrões mais sustentáveis de consumo e produção precisarão ser focadas e realizadas nas cidades”, salienta o estudo.
Visando inspirar diversas localidades ao redor da Terra, a divulgação do PNUMA lembra a criação de iniciativas benéficas à natureza como o plano de ação climática em Portland (EUA) e um sistema de ônibus movido a biocombustíveis em Linköping (Suécia). Exemplos como a implantação de saneamento ecológico comunitário em Lilongué (Malawi), construção de apartamentos eficientes em energia em Sofia (Bulgária) e a reciclagem de resíduos conduzida em Curitiba (Brasil) também integram o documento.