Recentemente adicionado como indicador da Organização das Nações Unidas (ONU), a Felicidade Interna Bruta (FIB) foi criada como uma forma de complementar as medidas já tradicionais, para medir o desenvolvimento de uma nação.
O indicador, que avalia quesitos como bem estar humano, esgotamentos dos recursos da natureza, cuidados familiares e utilização do tempo de forma equilibrada, foi criado no Butão em 1972.
A ideia do rei na época era indicar o crescimento do país sem considerar apenas o aspecto econômico, mas levando em consideração conceitos culturais, psicológicos, espirituais e ambientais.
Essa crença de que o bem-estar deve se sobrepor ao crescimento material vem chamando a atenção de grandes nações. Isso porque, com o colapso ambiental e econômico que o mundo vem enfrentando, o Butão se tornou referência de nação em desenvolvimento que colocou a conservação ambiental e a sustentabilidade no centro da política, já que após aderir ao FIB, o país dobrou sua expectativa de vida, matriculou quase 100% das suas crianças em escolas primárias e reformulou sua infraestrutura.
Além disso, o país se comprometeu a manter o nível de suas emissões de carbono, e garantiu que pelo menos 60% das suas terras permanecerão cobertas por florestas.
A visão do Butão, as metas e os resultados alcançados foram ponto de partida para que a ONU, com o apoio da comunidade internacional, recriasse o conceito de FIB para ser aplicado como forma de medir o desenvolvimento de comunidades e de colaborar para o crescimento e erradicação da pobreza em países em desenvolvimento.
Com isso, a Felicidade Interna Bruta foi dividida em nove categorias:
• Bem-estar psicológico: mede o otimismo que cada cidadão tem em relação a sua vida;
• Saúde: analisa as medidas de saúde implantadas pelo governo, exercícios físicos, nutrição e autoavaliação da saúde;
• Uso do tempo: inclui questões como o tempo que o cidadão perde no trânsito, divisão das horas entre o trabalho, atividades de lazer e educacionais;
• Vitalidade comunitária: analisa a segurança dentro da comunidade, assim como a sensação de pertencimento e ações de voluntariado;
• Educação: avalia itens como participação na educação informal e formal, valores educacionais, educação no que se refere ao meio ambiente e competências;
• Cultura: analisa as tradições culturais locais, festejos tradicionais, ações culturais, desenvolvimento de capacidades artísticas e discriminação de raça, cor ou gênero;
• Meio ambiente: mede a relação entre os cidadãos e os meios naturais e estuda a acessibilidade para áreas verdes, sistemas para coletar o lixo e biodiversidades da comunidade;
• Governança: avalia a relação entre a população e a mídia, poder judiciário, sistemas de eleições e segurança;
• Padrão de vida: analisa a renda familiar e individual, seguridade nas finanças, dívidas e qualidade habitacional.