Bill Gates, um dos homens mais poderosos do mundo, está usando a tecnologia para melhorar a saúde e a qualidade de vida de milhões de pessoas no mundo.
Através de sua Fundação Bill e Melinda Gates, ele vem investindo pesado em pesquisa e desenvolvimento de banheiros inteligentes, que visam resolver um dos grandes desafios para muitos países: o saneamento básico. Com esta atitude, espera-se evitar a morte de meio milhão de crianças menores de 5 anos a cada ano, além da perda de mais de US$ 200 bilhões, devido a custos de assistência médica e diminuição de renda e produtividade. Estima-se que 2,3 bilhões de pessoas em todo o mundo não tenham acesso a saneamento seguro e 1,8 bilhão bebem água contaminada por fezes humanas.
Nano membrana
Para encontrar a solução para este delicado problema, a Fundação Bill e Melinda Gates promoveu um concurso em 2012, que reuniu soluções inovadoras de saneamento, trazidas por pesquisadores de diversos países. A Cranfield University, no Reino Unido, foi uma das contempladas e atualmente está desenvolvendo o Nano Membrane Toilet, uma tecnologia capaz de tratar resíduos humanos, sem a necessidade de água ou energia. De acordo com o site do projeto, o banheiro com nano membrana foi citado pelo Financial Times como uma das “50 ideias para mudar o mundo”.
O Nano Membrane Toilet é capaz de tratar fezes e urina sem energia ou água. Como isso é possível? De acordo com os criadores, a descarga usa um mecanismo de rotação exclusivo, que dispensa a necessidade de água e bloqueia o odor e a visualização dos resíduos.
A partir daí, os sólidos são transportados por um parafuso de Arquimedes para serem secos e queimados, fornecendo energia para o processamento do líquido através de uma membrana, que produz água apropriada para ser usada na lavagem de áreas externas ou rega de plantas.
Tiger Toilet
Outro projeto apoiado pela Fundação de Gates é o Tiger Toilet. Os pesquisadores receberam US$ 170 mil para testes na Índia, Mianmar e Uganda e um dos principais atrativos desta criação, é a sua funcionalidade extremamente simples e baixa manutenção, fatores indispensáveis para o uso em áreas rurais.
Mais de quatro mil unidades deste banheiro foram implantados na Índia, desde 2015. De design semelhante ao banheiro tradicional, a instalação custa cerca de US$ 350. A diferença deste para um banheiro convencional é que quem faz o trabalho de tratamento dos resíduos são os vermes de tigre (Eisenia fetida), que se alimentam da decomposição de dejetos animais e humanos.
Os vermes ficam no fundo do sanitário, se alimentando dos dejetos e a solução tem se mostrado melhor do que as fossas sépticas, uma vez as fezes e urina são reduzidos a 15% de seu volume original, além de serem 99% livres de patógenos podendo, inclusive, ser usadas como material de compostagem. O restante se torna água, cerca de 60 a 70%, e dióxido de carbono. Outra vantagem desse sistema é com relação ao odor: como os vermes decompõem os resíduos sólidos, os banheiros emitem menos odores e atraem menos moscas do que as latrinas tradicionais.
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