Palco da cultura e gastronomia, a Vila Madalena, em São Paulo, ganhou neste ano uma loja que promete fazer as pessoas repensarem o processo de produção da comida que elas estão comprando. Conhecido como o Instituto Chão, o local vende alimentos orgânicos pelo preço que foram adquiridos do produtor ou da distribuidora.
A ideia surgiu para tornar os produtos orgânicos mais acessíveis à população. Muitas pessoas preferem os alimentos industrializados devido aos preços mais baixos cobrados no varejo por esse tipo de produto, em comparação com os orgânicos. Segundo o idealizador, muitas vezes, quem mais ganha na venda dos produtos in natura é o varejista, e não o agricultor.
A loja apresenta ao consumidor duas formas de contribuição: se associar a uma espécie de clube da loja e pagar uma mensalidade de R$ 60 ou adquirir o produto e pagar a mais o quanto acha justo pelo item.
Na primeira opção, é possível comprar quantos produtos quiser. Na segunda, não há restrições se a pessoa não puder pagar a mais – neste caso, o valor calculado pelos criadores do projeto para cobrir seus custos é de R$ 0,35 por R$ 1 de produto.
Os alimentos encontrados no estabelecimento são provenientes de toda parte do Brasil. Ou seja, o queijo vem da Paraíba, o sabonete de babaçu de Goiás, óleo de pequi do Tocantins, o doce de leite de Minas Gerais e por aí vai. A ideia é incentivar o consumo de produtos diversos e incluir a dieta orgânica no dia a dia da população. Além de comida, também são comercializadas peças de cerâmica e plantas.
Certificação ainda é problema
O alto valor dos produtos orgânicos se refere à dificuldade para obter a certificação dos itens. Isso porque, para conseguir o selo de orgânico, o produtor precisa pagar taxas para uma auditoria anual de um Organismo da Avaliação da Conformidade Orgânica (AOC), credenciado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), além de um porcentual dos produtos vendidos.