Um único objeto capaz de gerar eletricidade e inibir o calor em ambientes internos como salas, saguões e grandes espaços. Esse pode ser o anseio de muitos arquitetos os quais buscam elaborar projetos com inovações e práticas sustentáveis que poupem recursos ambientais. Para os pesquisadores da Universidade de Shangai (China), liderados por Yanfeng Gao, essa já é uma realidade. Eles criaram uma janela inteligente feita de placa fotovoltaica capaz de produzir eletricidade e que ainda consegue bloquear o calor.
A ideia da equipe era criar uma janela nos princípios da tecnologia do painel fotovoltaico, que armazena energia solar e produz energia elétrica. Porém essa experiência foi um pouco diferente, nas bordas da janela a equipe de Gao instalou uma célula fotovoltaica simples. No teste, pequenas partes do vidro – de apenas alguns centímetros – alimentaram uma lâmpada de 1,5 volts.
Além das células fotovoltaicas aplicadas nas laterais da estrutura da janela, o grupo usou uma fina película de óxido de vanádio entre as duas placas de policarbonato – material usado na produção de lentes de óculos –, que também foi utilizada na produção da janela.
Na temperatura ambiente, o policarbonato é transparente. Os painéis permitem a passagem de calor – raios infravermelhos – até a temperatura de 68°C, mas se a temperatura for superior, o óxido de vanádio transforma-se em elemento metálico e rebate as altas temperaturas para a atmosfera, ou seja, barra que o calor entre no ambiente.
A janela tem valor mais alto do que um simples painel fotovoltaico. Porém, a equipe de Gao destacou na pesquisa, publicada no último número da revista Scientific Reports, que os edifícios com essa tecnologia da placa fotovoltaica de vidro pode economizar até 40% da energia usada para aquecimento, refrigeração e iluminação.
Janela sustentável brasileira
Um projeto semelhante liderado por Marcelo Romero, diretor da FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP), apresentado durante o GBC Brasil, conselho de construção sustentável em agosto de 2013, destacou a criação de um prédio universitário construído boa parte com placas fotovoltaicas de vidros. Dessa forma, o prédio se torna sustentável por produzir energia elétrica vinda da luz solar e ainda não utiliza ar condicionado, pois a estrutura foi planejada para receber maior quantidade de ventilação.