Com as mudanças mundiais, que afetam a economia, sociedade e o meio ambiente, as empresas foram obrigadas a se adaptar. Nessa corrida por negócios sustentáveis surgiu, então, mais um segmento: a lavanderia ecológica.
O modelo “verde” visa reduzir os impactos gerados pelas ações do negócio, sobretudo no que diz respeito à água. Nesse sentido, algumas lavanderias já adotam medidas para economizar o recurso natural e, também, para diminuir o consumo de energia elétrica, sacolas, embalagens plásticas e produtos de higiene.
Ao adotar os três “R” (reduzir, reutilizar e reciclar) da sustentabilidade, além da consciência ambiental, há também vantagens econômicas e de mercado para o negócio. O uso racional dos insumos leva a corte de gastos, colocando a empresa na frente dos concorrentes devido ao preço menor e melhor.
Algumas lavanderias conhecidas como ecológicas utilizam exaustores eólicos, que usam a força dos ventos para secar as roupas, e triciclos para realizar entrega – consomem menos de um terço do combustível de um carro.
Os exemplos de sustentabilidade nas lavanderias, no entanto, não param por aí. As sacolas plásticas comuns deram espaço às retornáveis, feitas de garrafas PET, os plásticos foram substituídos pelo oxibiodegradável e os sabões e detergentes foram substituídos por produtos biodegradáveis. Já os cabides se tornaram cabides ecológicos e são confeccionados com papelão certificado. Até a logomarca pode ser impressa em gráficas que possuem certificação de Manejo Florestal Consciente.
Para acompanhar essa corrida verde e as mudanças do mundo, a Associação Nacional das Empresas de Lavanderia (Anel) lançou, em 2012, o Selo de Qualidade e Sustentabilidade para o setor. A certificação é adaptada às necessidades do mercado e avalia questões de qualidade, meio ambiente, saúde e segurança.
Lavanderias no mundo
Fora do contexto brasileiro, uma lavanderia nos Estados Unidos se autodenomina orgânica. Isso porque, a empresa usa o dióxido de carbono para lavar roupas, em um sistema que deixa as peças limpas e sem cheiro, e ainda ajuda o meio ambiente. Toda a sujeira das roupas é retida em um filtro, e tratada antes de ser descartada.
O gás encontrado nas garrafas de água ou refrigerante lava as roupas em uma máquina e o processo, que dura apenas 30 minutos, parece ser simples. O equipamento é alimentado com um cilindro de dióxido de carbono; quando o gás é submetido à alta pressão, torna-se líquido, penetra no tecido e realiza a limpeza por completo. A pressão interna diminui, o CO2 volta ao estado gasoso e seca a roupa.
A ideia foi de David Kistner, que ficou preocupado quando soube que os produtos utilizados eram considerados tóxicos. Com a mulher grávida na época, o empresário decidiu mudar o sistema para que a família não fosse exposta a riscos.
Junto com o sócio, ele investiu US$ 150 mil na máquina de lavar a gás, de fabricação americana. A inovação e a preocupação com a saúde e o meio ambiente garantiram que o serviço nunca faltasse na lavanderia de Kistner.