Com o avanço da tecnologia, os livros digitais têm ganhado cada vez mais espaço no mercado editorial. No entanto, os livros impressos continuam sendo a preferência de muitos leitores. Mas, quando se trata de sustentabilidade, qual é a melhor opção para o planeta: os tradicionais livros de papel ou os modernos e-books?
Livros impressos: prós e contras
Desde a invenção da imprensa por Johannes Gutenberg, há quase 600 anos, a produção de livros impressos cresceu exponencialmente. Embora tenham contribuído para o avanço do conhecimento e da cultura, essa produção massiva também resultou no desmatamento de florestas, afetando a biodiversidade e o armazenamento de carbono.
Algumas editoras, como a Penguin Random House UK, têm buscado alternativas mais sustentáveis, utilizando papel certificado pela FSC (Forest Stewardship Council). No entanto, críticos apontam que a certificação da FSC nem sempre garante a proteção adequada das florestas.
Além disso, a produção de livros impressos gera uma pegada de carbono significativa. Segundo a Penguin, cada livro produzido pela editora emite, em média, 330 gramas de CO2, considerando todo o ciclo de produção. Com bilhões de livros vendidos anualmente, o impacto no clima é considerável.
Livros digitais: vantagens e desvantagens
Os livros digitais, por sua vez, apresentam a vantagem de não utilizarem papel, poupando assim as florestas e evitando os gastos energéticos relacionados à fabricação do papel. Além disso, os e-books não precisam ser transportados fisicamente, reduzindo as emissões associadas à logística.
No entanto, a produção dos dispositivos de leitura digital também tem seu lado negativo. O processo de fabricação consome muita água e energia, além de exigir a extração de metais e minerais raros. Os aparelhos são compostos por plástico, um material derivado de combustíveis fósseis, e têm uma vida útil relativamente curta, de 3 a 5 anos.
Outro ponto a ser considerado é o consumo de energia elétrica necessário para recarregar os dispositivos e manter a infraestrutura de armazenamento dos arquivos digitais.
O que dizem os estudos?
Segundo um estudo realizado pela professora Eri Amasawa, da Universidade de Tóquio, os livros digitais são mais favoráveis ao clima desde que pelo menos 15 a 25 livros sejam lidos durante o ciclo de vida de três anos dos leitores digitais. Caso contrário, a leitura de poucos livros por ano em um dispositivo eletrônico não seria suficiente para compensar as emissões.
Para os leitores que apreciam tanto os livros impressos quanto os digitais, Amasawa recomenda a compra consciente de livros físicos, priorizando aqueles que realmente serão lidos, e a posterior reciclagem após a leitura.
Conclusão
Ambos os formatos, impresso e digital, apresentam vantagens e desvantagens em termos de sustentabilidade. Enquanto os livros impressos dependem de recursos florestais e geram uma pegada de carbono significativa, os e-books evitam o uso de papel, mas têm um impacto ambiental relacionado à produção e ao consumo de energia dos dispositivos.
A escolha entre um formato ou outro depende das preferências individuais de cada leitor. No entanto, independentemente da opção, é fundamental adotar hábitos de consumo conscientes, buscando alternativas mais sustentáveis e promovendo a reciclagem e o descarte adequado dos materiais.
Fonte: G1