Vários países ao redor do mundo estão trabalhando dia e noite atrás de soluções para geração de energia além das matrizes atuais que possuímos, como obtenção através de hidrelétricas ou usinas nucleares. Neste cenário, diversas alternativas já surgiram e algumas até chegaram a apresentar bons resultados, mas outras mais mirabolantes não saíram do papel e ficaram somente nos projetos. A novidade da vez é que uma das maiores e mais importantes cidades da Europa acaba de anunciar uma saída para a questão da energia.
Em Londres, um novo sistema permite coletar e reciclar energia a partir dos freios do metrô. Funciona assim: sempre o trem precisa frear, ele gera energia elétrica que pode ser armazenada e enviada para outros pontos. Inclusive boa parte desta energia reciclada já está sendo empregada em algumas estações do metrô londrino em pelo menos dois dias da semana. Vale ressaltar que o metrô de Londres percorre um total de 76 milhões de quilômetros por ano e tem em média 1,2 milhões de passageiros por dia, o que representa um consumo anual gigantesco de energia para os cofres públicos.
Segundo a administração pública, a reciclagem de energia a partir dos freios dos trens já representa um desconto de 5% na fatura anual de energia, o que equivale a seis milhões de libras (R$ 36 milhões). “O julgamento coloca Londres na vanguarda deste tipo de tecnologia e demonstra claramente como a energia dos trens pode ser recuperada e utilizada em outras estações do metrô, tornando a rede mais amigável também para o meio ambiente. Isso complementa o nosso trabalho mais amplo para fazer um transporte público mais limpo e verde, incluindo os nossos ônibus, onde nós introduzimos a tecnologia de emissão zero e híbrido”, afirmou o vice-prefeito do Ambiente e Energia de Londres, Matthew Pencharz, ao site Science Alert.
Tecnologia aplicada
Através de um sistema inversor, a tecnologia aplicada primeiramente na estação de Cloudesleu, linha Victoria, recolhe energia dos freios do metrô e a “devolve” para a rede de alimentação de eletricidade. “Em carros híbridos e elétricos, tais sistemas de recuperação podem ajudar a melhorar a amplitude, mas em trens pesados de passageiros fortemente embalados que funcionam regularmente em uma das cidades mais movimentadas do mundo, os efeitos podem ser significativos”, afirmou correspondente da Gizmag, David Szondy.
A cada dia é recolhido um megawatt-hora (MWh) de energia, sendo esta quantidade ideal para alimentar por até dois dias as maiores estações de metrô da linha londrina, como Holdborn. Este sistema inversor, inclusive, impede que a energia dos freios seja transformada em calor, o que poderia gerar ainda mais custos para combater o forte calor nas estações. “Estamos empenhados em fazer mais para reduzir nosso consumo de energia, e esta tecnologia de primeiro mundo para o transporte ferroviário de metrô é uma de uma série de inovações que estamos abraçando para reduzir o nosso impacto ambiental”, disse o chefe de energia e refrigeração da LU, Chris Tong.