Procurar alternativas para minimizar a produção de lixo e cooperar com o meio ambiente é tarefa diária de quem busca ser mais sustentável em suas ações. E numa dessas pesquisas, a blogueira carioca Manuela Tasca, de 32 anos, encontrou uma forma de evitar gastos com fraldas descartáveis e poluição do meio ambiente.
Em seu blog, Manuela conta que, ainda grávida, pesquisava ideias que pudessem ser sustentáveis e que diminuíssem o stress no cuidado com os filhos. Até que encontrou a Elimination Communication (EC), uma técnica que leva os bebês a usarem o vaso sanitário com poucos meses de idade.
Inicialmente a futura mãe achou a sugestão uma loucura, mas seguiu com as pesquisas. Baixou o livro, assistiu a videos e leu relatos nas redes sociais. Cheguei à conclusão de que não dava. “Pensava já estar fazendo minha parte como mãe no momento em que larguei meu emprego, optei por fraldas de pano e dispensei o carrinho para usar um sling”, conta no blog. Manuela encerrou o assunto de vez com irritação depois que contou a técnica ao marido e este achou que seria possível.
Luca nasceu e, um belo dia, quando estava se alimentando, o bebê fez uma cara de que estava fazendo pressão. Uma careta vermelha, com direito a barulhinhos estranhos e bateção de pé. “Nesse momento, meu marido largou tudo, o tirou da cadeirinha e o levou para o vaso. E, assim, aos cinco meses, Luca fez cocô sentado na privada pela primeira vez”, revela Manuela.
O casal aperfeiçoou a técnica e, após um mês, Luca ficou condicionado. “Agora, não esperamos nem ele dar sinal. Todas as manhãs, o colocamos no vaso e ele faz cocô, nos deixando livres da sujeira pelo resto do dia”, diz a blogueira. “Com o tempo, é possível introduzir um som, como um chiado para o xixi ou até mesmo a palavra xixi e cocô, fazendo com que a criança associe o som ao ato e, mais tarde, até consiga se comunicar por meio da fala.”
Luca ainda usa fraldas para o xixi e Manuela diz que só se arrepende de não ter iniciado a técnica antes. “Significa para nós não só um desfralde mais tranquilo, mas, principalmente, fraldas sem cocô, o que dá tranquilidade para viajar, exige levar menos produtos de limpeza na bolsa e nos garante momentos de muita diversão em família quando nos reunimos no banheiro para acompanhar o Luca.”
As fraldas e o meio ambiente
De acordo com pesquisas, um bebê pode usar até seis mil fraldas descartáveis até começar a fazer uso do penico. Por conta da praticidade, as mães aderem a este modelo, porém o produto feito de materiais plásticos e químicos leva cerca de 500 anos para se decompor na natureza, o que gera um impacto altíssimo ao meio ambiente.
Há mães que optam pelas fraldas de pano, que mesmo gastas por causa da lavagem, duram bastante. O mercado oferece também as fraldas de algodão, que podem ser usadas várias vezes após a higienização.
A reciclagem desses produtos ainda é tímida, mas já pode ser encontrada uma iniciativa da empresa canadense Knowaste. Ela criou uma usina de reciclagem no Reino Unido para fraldas infantis e geriátricas e também de absorventes femininos. O processo consiste em separar o material orgânico, esterilizar as fraldas e absorventes, triturar o plástico em pequenas partes e fabricar produtos, como madeira plástica. Estima-se que a iniciativa reduza a emissão de CO2 em 22 mil toneladas por ano.