Falar em sustentabilidade tornou-se quase um tema obrigatório em debates e pesquisas atuais. Populações no mundo inteiro têm enfrentado graves problemas devido à escassez de recursos naturais. Embora muitas pessoas estejam trabalhando arduamente suas ideias para encontrar boas soluções, que equilibrem nossas necessidades consumistas com o desenvolvimento saudável da natureza, outras pensam que as riquezas da Terra são ilimitadas e que todas as previsões pessimistas dos cientistas são apenas um golpe de marketing ou sensacionalismo dos governantes. Porém a realidade nos mostra, cada dia mais, principalmente pelas condições climáticas diferenciadas, que consciência ecológica será a única alternativa de mudarmos o destino do nosso futuro.
Nas áreas de arquitetura e design de interiores os profissionais vêm incorporando, aos poucos, a ideia de que, para um projeto ser considerado bom, existem coisas que não podem ser ignoradas e uma delas é o pensamento verde, ou seja, o planejamento e a execução que reutilizem, reciclem e reduzam os materiais gastos. O desafio é grande. Às vezes o custo de se realizar um projeto ecologicamente correto é maior. Por isto é importante o esclarecimento das pessoas sobre os benefícios destes processos, até mesmo financeiros, em longo prazo.
Os trabalhos destes projetistas são frequentemente divulgados pelas mídias. Suas posturas servem de referência e suas ideias inspiram principalmente àquelas pessoas que não possuem recursos para contratar seus serviços. Por este motivo muitas delas criam suas próprias soluções utilizando, em detalhes construtivos e elementos decorativos, materiais que não eram mais usados ou que iam para o lixo. São tantos os exemplos, que vender peças com selo sustentável já se tornou uma tendência de mercado.
Algumas lojas lançaram, nos últimos anos, linhas conhecidas como móveis de demolição. É uma ideia muito boa. Além do reaproveitamento de materiais, que é ótimo, pois significa que a natureza foi menos explorada, também há o lucro maior sobre uma produção mais econômica. Muitos consumidores compraram e aprovaram esta ideia, mas, infelizmente, alguns transformaram isto em moda. De repente, para alguns, o visual de peças de demolição passou a ser o mais importante. Isto quer dizer que estes móveis não precisam ser feitos, necessariamente, de materiais reaproveitados de antigas construções, mas peças novas com uma aparência envelhecida e gasta artificialmente.
Então, neste momento, nos perguntamos onde foi parar a ideia de reutilizar, reciclar e reduzir? O que realmente estas palavras significam na prática? Será que precisaremos enfrentar maiores problemas para compreendermos, forçadamente, o impacto ambiental que nossas ações provocam no planeta?
A mudança de pensamento e ação deve acontecer com as novas experiências que tivermos no âmbito profissional e pessoal. Porém, se quisermos preservar as condições mínimas para a vida na Terra, este processo precisa acontecer o rápido possível. Profissionais projetistas e consumidores precisam parar de utilizar o termo sustentável apenas como rótulo de compra e venda. Agir correto com a natureza não deve ser um estilo diferente adotado por algumas pessoas e nem algo obrigatório, mas algo automático para todos. Quando sustentabilidade não precisar mais ser discutida e ainda estiver em primeiro plano na mente de todos, aí então poderemos acreditar que este é um assunto levado a sério e não apenas uma moda passageira.