iStockphoto.com / tntemerson Estudo aponta que as indústrias de energia solar e eólica já são economicamente ativas o suficiente para concorrer com o carvão.

Quem nunca imaginou um planeta mais limpo e com menos impactos ao meio ambiente? O relatório global “[R]evolução Energética 2015: Como Atingir 100% de Energias Renováveis para Todos até 2050”, lançado mundialmente no fim de setembro pelo Greenpeace Internacional, revela como é possível fazer uma transição energética.

Além de uma revolução na qualidade de vida, saúde, educação e economia, o documento aborda os valores e quais seriam seus impactos nos empregos do setor energético.

Mudança geraria economia a longo prazo

Seriam necessários investimentos altos para que todos os países do mundo pudessem garantir uma geração de eletricidade 100% renovável. O total poderia ser mais do que os cobertos pela economia advinda do desinvestimento no uso de combustíveis fósseis, como o petróleo, chegando a US$ 1,03 trilhão por ano até 2050.

Estima-se que, apesar do alto valor, no mesmo período seja possível economizar cerca de US$ 1,07 trilhão anualmente evitando a queima de combustíveis fósseis nas usinas térmicas. Dessa forma, sobraria dinheiro e um valor compensaria o outro entre 2025 e 2030.

De acordo com a coordenação do relatório, as indústrias de energia solar e eólica já são economicamente ativas e competitivas o suficiente para concorrer com o carvão, por exemplo. A expectativa é que essas fontes ultrapassem a indústria do carvão nos próximos anos, principalmente no que diz respeito a empregos e fornecimento de energia.

O documento indica ainda que até 2020 a geração de empregos da indústria petrolífera brasileira – atualmente em 4,16 milhões, segundo a Agência Internacional de Energia – seria ultrapassada pela criação de postos de trabalhos na indústria solar e eólica. Já para 2030, a estimativa é de que a indústria de painéis solares fotovoltaicos alcance 9,7 milhões de empregos, dez vezes a quantidade atual do setor, e a indústria eólica um total de 7,8 milhões.

Para os especialistas, cada dólar investido em projetos de combustíveis fósseis pode, e deve, se transformar em um recurso perdido. Em apenas 15 anos, a participação das energias renováveis na geração de eletricidade pode triplicar, saltando de 21% para 64%. Com isso, as emissões globais de CO2 poderiam cair de 30 gigatoneladas por ano para 20 gigatoneladas por ano até 2030.

Conferência deve se aproveitar do estudo

A Conferência do Clima de Paris (COP21), que ocorre no fim do ano, deve apresentar aos líderes mundiais novas oportunidades para combater as mudanças climáticas, acelerando a transformação do setor energético mundial.