O consumo de cigarro prejudica o meio ambiente desde a produção ao descarte.
No século XXI a preocupação com a sustentabilidade e com a saúde física e emocional é muito presente, se compararmos com as gerações mais antigas. O avanço da medicina e da tecnologia mostrou que o consumo de certos produtos é muito prejudicial não somente ao nosso corpo, mas ao meio ambiente também. É o caso do cigarro. Mesmo com restrições quanto ao consumo em ambientes fechados – hoje em dia parece surreal pensar que há alguns anos era permitido fumar em locais fechados, o veto às propagandas e o aviso dos riscos na parte de trás do maço, o consumo ainda é alto.
O uso de nicotina é um vício e várias causas levam ao aumento do consumo em determinadas situações. Um estudo realizado pela Fiocruz revelou um aumento de 34% no consumo de nicotina durante a pandemia. No Brasil, cerca de 157 mil pessoas morrem precocemente devido às doenças causadas pelo tabagismo. O consumo de nicotina resulta em vários tipos de câncer, doenças respiratórias e cardiovasculares, além de úlcera, osteoporose, catarata, impotência sexual no homem, infertilidade na mulher, menopausa precoce e complicações na gravidez. A fumaça do cigarro contém mais de 4.700 substâncias tóxicas, que são lançadas na atmosfera.
O meio ambiente também sofre
A produção do cigarro é prejudicial ao meio ambiente desde a produção até o descarte das bitucas.
Uso da terra para plantio: os produtores de tabaco preferem terras virgens e práticas agrícolas insustentáveis, ou seja, as áreas desmatadas não têm tempo para se recuperar. A indústria do tabaco é a responsável por 5% do desmatamento em todo o mundo e até 30% do desmatamento em países produtores de tabaco.
Madeira carbonizada: árvores também são cortadas para serem usadas como combustível para “curar” as folhas de tabaco e para fazer os fósforos usados para acender cigarros. A produção de tabaco destrói, em média, 200.000 hectares de biomassa de madeira por ano, e essa perda de árvores contribui ainda mais para a erosão e a escassez de água.
Uso de agrotóxicos: o tabaco é uma das dez principais safras do mundo que usa fertilizantes e também depende de pesticidas tóxicos. Ambos podem poluir o meio ambiente. Um dos pesticidas utilizados pode causar danos aos pulmões e é prejudicial para peixes e outros animais.
As bitucas: pontas de cigarro são o item mais encontrado no lixo do planeta, com 4,5 trilhões delas jogadas no meio ambiente todos os anos. Como os filtros de cigarro são feitos de plástico e contêm produtos químicos tóxicos, eles contribuem tanto para a crise de poluição do plástico quanto para a liberação de arsênio, chumbo e etilfenol para os cursos d’água. Além de demorar mais de cinco anos para se decompor. Estima-se que pelo menos 25% dos incêndios rurais e urbanos são causados por pontas de cigarros.
Uma mãozinha para quem quer parar
Existem algumas técnicas que ajudam no processo:
- Quando for fumar, escolha uma postura e local diferentes, evitando ficar relaxado e confortável;
- Mude a sua rotina;
- Substitua a vontade de fumar por outro hábito, por exemplo, beber água;
- Atividade física ajuda a lidar com o estresse e ansiedade;
- Insira novas atividades que ocupem a mente no momento que iria fumar;
- Crie um cronograma de redução de cigarros/dia.
Tabagismo é vício. Procure ajuda profissional.
O combate ao fumo não é apenas importante para o fumante, como essencial para toda a sociedade e para a saúde do meio ambiente e do planeta.
Fontes: Tree Hugger | Inca | IBCC | IMIP