Após a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento durante a Rio92 foi possível observar a preocupação de todos os países e de toda a sociedade em pensar nas estratégias de redução de impacto ambiental os quais eram causados pela forma de consumo e principalmente, pelas atividades das indústrias.
A partir desse marco, as administrações dos países buscaram entender como produzir, poluir menos e poupar recursos naturais terrestres através de diversas técnicas sustentáveis. Diante do empenho, foi criado em 2005, o Índice de Desempenho Empresarial (ESI, em inglês) pelo Centro de Política e Lei Ambiental da Universidade de Yale, nos EUA, em parceria com a Rede de Informação do Centro Internacional de Ciências da Terra, da Universidade de Columbia, justamente para avaliar somente os métodos entre os países.
Já em nível corporativo existe o IDA (Indicador de Desempenho Ambiental), o qual estabelece aferições de sustentabilidade direcionadas especificamente para as empresas. Segundo o artigo publicado por Marilena Lino de Almeida Lavorato, especialista em sustentabilidade, o IDA calcula a eficiência da empresa em relação a seus principais aspectos ambientais, como consumo de matéria-prima, de energia e de geração de resíduos sob a ótica do desempenho, operacional, ou seja, como as empresas realizam os métodos de redução de impactos no âmbito empresarial.
Um exemplo de corporação que contabilizou o IDA foi a Usiminas. Em 2011, a maior siderúrgica brasileira trouxe dados promissores do indicador de desempenho ambiental. Considerando as principais matérias-primas e insumos não renováveis necessários à fabricação do aço, a empresa consumiu 17,6 milhões de toneladas, contra um total de 28,8 milhões de toneladas em 2010. A siderúrgica economizou em 2011, aproximadamente 96% de seu consumo de água, o equivalente a 1,4 bilhão de m3. A Automotiva Usiminas, outro setor de produção da siderúrgica, reutilizou internamente 28% da água captada.
Para reduzir as emissões de gases tóxicos, a companhia optou pelo uso de gás natural no forno siderúrgico. Foi feita também a redução do consumo de óleo combustível e energia elétrica nas máquinas de corte de aço. Já em relação aos resíduos sólidos, foram reciclados 6,2 milhões de toneladas em 2011, a mesma quantidade de 2010. Desses, cerca de 2,1 milhões de toneladas são de resíduos perigosos que receberam procedimento específico de tratamento com a disposição em aterros industriais adequados e licenciados.
Marilena destaca que um bom indicador é mais que uma estatística, ele representa uma construção lógico-conceitual a qual permite uma interpretação transparente da realidade e dá subsídios para tomadas de decisão, sejam elas em metas gerenciais das empresas, segmentos corporativos, ou ainda no âmbito das políticas públicas. A especialista ressalta que o desafio dos indicadores de desempenho ambiental é destacar os pontos críticos de um sistema e definir parâmetros de capacidade para que a aferição e tomadas de decisões sejam fundamentadas em informações claras e consistentes.