Há dois anos publicamos um post que obteve ótima repercussão em nossas mídias sociais. Inspirados numa imagem do WWF (abaixo), apresentamos uma escala corporativa de sustentabilidade e responsabilidade social.
No topo, as empresas de impacto positivo, aquelas cujos negócios ajudam outras corporações a fazer sua parte. Além da Carbono Zero Courier, da qual sou gestor, que oferece entregas em bicicletas e veículos elétricos para substituir os poluidores motoboys, podemos citar a YouGreen, que coleta e destina o descarte das empresas, transformando o conceito de lixo; a Repassa, que funciona como um brechó virtual, dando uma nova vida a roupas e acessórios que estavam encostados em algum armário; a Positiv.a, que produz artigos de limpeza concebidos da matéria-prima à distribuição, para serem eficientes e ecológicos, e muitas outras.
Em um nível inferior, vinham as empresas que conseguem zerar o impacto negativo de suas ações, via consumo consciente e ações compensatórias. Nesse grupo “deveriam” estar todas as demais. Não se espera que todos os negócios tenham a sustentabilidade como propósito, que criem soluções para outros, mas é justo pedir que tenha a sustentabilidade como princípio, como meio para atingir seus objetivos, sejam eles quais forem. De forma simples, seria aplicar os mesmos conceitos que estampam aqueles cartazes nos cantinhos do café: sujou, limpe; bagunçou, arrume; usou, reponha.
No degrau abaixo, apareciam as que descobriram ou começaram a agir tardiamente, mas que já estão se mexendo e vêm obtendo resultados e diminuindo sua pegada ecológica.
Por último, o grupo que sofria de cegueira corporativa. Existem aí tanto empresas que não compreendem causas/efeitos de suas ações (desinformadas) quanto aquelas que sabem dos impactos negativos causados por seus processos, mas preferem fingir que não sabem, optando pelo lucro fácil, pela abordagem inconsequente, egoísta e de curto prazo (desonestas). É como aquele sujeito que vai ao happy hour, bebe e come, mas na hora de pagar a conta, dá um jeito de escapulir para o banheiro.
Como os efeitos danosos do aumento constante das concentrações urbanas tendem a piorar (poluição doenças respiratórias; congestionamentos desperdício de tempo; falta de espaço redução de áreas verdes), pergunta-se do que mais os gestores precisam para repensar e mudar suas empresas: legislação mais dura? Boicote de clientes? Sansões de fornecedores? Ou será que basta um retrato dos filhos sobre a mesa de trabalho, para nos lembrar nas horas que fizemos nossas escolhas corporativas de que precisamos deixar para eles um mundo melhor do que aquele que recebemos?