Responsáveis por mais da metade da produção mundial de lixo urbano, os países desenvolvidos também enfrentam desafios na busca por formas sustentáveis para destinação deste montante. A produção excessiva de lixo, além de exigir uma gestão voltada para a reeducação e conscientização sobre hábitos de consumo, deve ser acompanhada de iniciativas eficientes e inovadoras para o reaproveitamento inteligente destes materiais.
Assim como nos países em desenvolvimento, os métodos tradicionais de eliminação do lixo – como o descarte em aterros sanitários – ou de reaproveitamento através da coleta seletiva têm esbarrado em dificuldades operacionais e no esgotamento de espaços próprios para a destinação do material. Diante destas dificuldades, formas alternativas de descarte e reutilização ganham destaque nos países desenvolvidos.
Uma delas é a reciclagem energética. Neste método, utilizam-se os resíduos para a geração de energia através da queima. Apesar dos benefícios desta técnica, que além de ser uma solução para a eliminação do lixo também apresenta uma alternativa ao esgotamento de fontes energéticas, seus efeitos ao meio ambiente ainda geram polêmica. Em nações onde a consciência ecológica é maior, os processos de reciclagem energética passaram por aprimoramentos para assegurar a qualidade dos gases emitidos.
Apesar dos efeitos controversos, este processo foi adotado como principal método de reciclagem em muitos países desenvolvidos. Na Alemanha, a incorporação do aproveitamento energético possibilitou a abolição dos aterros sanitários. Nos Estados Unidos, são 98 usinas abastecendo 2,3 milhões de residências com energia recuperada do material descartado. Japão e União Européia também aderiram ao sistema e já contam com centenas de usinas para essa finalidade.
Outra prática que tem se tornado comum em países desenvolvidos é a exportação do lixo – principalmente eletrônico – para o terceiro mundo. Segundo um estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT), das 40 milhões de toneladas de lixo eletrônico produzidas todos os anos nestas nações, 80% são enviadas – muitas vezes de forma ilegal, como destaca o estudo – para serem recicladas em países em desenvolvimento como China, Índia e Nigéria.