Por mais que os indivíduos tenham grande influência no comportamento da sociedade e que os governos tenham papel fundamental na regulamentação e direcionamento do mercado, as empresas têm nas mãos a grande responsabilidade, pois representam diretamente as emissões de gases de efeito estufa de um país.
De acordo com o Balanço Energético Nacional 2013 (BEN 2013), 84% do consumo de energia do país foi dividido entre os setores industrial (35%), transportes (31%), setor energético (9%), agropecuária (4%) e serviços (4%). Em todos esses setores a participação majoritária é do setor privado, portanto, as emissões de gases de efeito estufa relacionadas ao consumo de energia – que é a segunda principal fonte de emissão (32%) nacional de acordo com o último inventário nacional de emissões – estão concentradas no setor privado, que deve agir imediatamente. Considerando que neste último inventário divulgado pelo Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT), o setor agropecuário foi o principal responsável (35% das emissões nacionais) pelas emissões nacionais entre 2005 e 2010, o papel do setor privado fica evidente.
Por mais que o poder público aja, crie políticas e planos nacionais, estaduais e municipais, o setor privado sofre algumas resistências que só podem ser superadas com inovação e novas iniciativas empresariais . O mercado demanda novos caminhos, mas sem que as empresas visualizem os impactos de sua atuação no longo prazo e os riscos e custos atrelados às suas externalidades ambientais, ele não será capaz de sozinho fazer com que o setor privado altere o seu caminho de desenvolvimento. O mesmo pode ser atrelado ao setor público, que mesmo com políticas e planos bem definidos e extremamente aplicáveis, depende de um mercado favorável e de empresas dispostas e trilhar caminhos mais eficientes e com uma visão estratégica ambiental.
Por mais que o poder público aja, crie políticas e planos nacionais, estaduais e municipais, o setor privado sofre algumas resistências que só podem ser superadas com inovação e novas iniciativas empresariais.”
Portanto, é essencial que as empresas passem a estudar e entender os seus reais impactos ambientais de curto e longo prazo. Ferramentas para isso já existem, – por exemplo, as metodologias de inventário de gases de efeito estufa (como o GHG Protocol Brasil) e de mensuração dos impactos ambientais de produtos e da própria operação da empresa – o mercado já está demandando inovação, mas a inércia do setor corporativo ainda é um dos principais motivos para os poucos avanços que ocorreram em termos de redução de emissões no Brasil e no mundo.